
Brasil fará parte das comemorações dos 100 anos da Academia do Oscar
Anúncio foi feito por Bill Kramer durante evento de mercado audiovisual vinculado ao Festival do Rio
O Brasil fará parte das comemorações globais dos 100 anos da Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood, programadas para 2027. O anúncio foi feito por Bill Kramer, CEO da instituição responsável pelo Oscar, durante o RioMarket 2025, evento de mercado audiovisual vinculado ao Festival do Rio. Segundo Kramer, a celebração terá alcance mundial, refletindo o interesse e o envolvimento de diferentes países com o cinema.
Em sua fala, o executivo destacou que a Academia atua muito além do Oscar, incentivando a cooperação entre cineastas e produtores de todo o planeta. “É muito importante para nós visitar festivais de cinema ao redor do mundo, engajar com cineastas e explicar o que a Academia faz para inspirá-los a fazer filmes”, afirmou. Kramer também elogiou o Festival do Rio, chamando a exibição de “trezentas películas” de “um feito ambicioso que causa inveja a qualquer mostra internacional”.
Kramer comentou ainda o impacto recente do cinema brasileiro na premiação, citando o reconhecimento internacional de “Ainda Estou Aqui” e a nomeação de Fernanda Torres, que segundo ele simbolizam o ressurgimento da produção nacional. Ao ser questionado sobre declarações do ex-presidente Donald Trump, que prometeu impor tarifas de 100% sobre filmes produzidos fora dos EUA, o CEO preferiu ser diplomático, mas foi firme ao defender a abertura da indústria. “A Academia e o cinema são globais desde o começo — e nada nos fará deixar esse caminho”, afirmou.
O executivo também destacou o papel da instituição na preservação da memória do cinema, mencionando o Museu do Oscar, inaugurado em Los Angeles em 2021. O espaço reúne mais de 13 milhões de artefatos, entre figurinos, roteiros e estatuetas, e inclui um acervo dedicado a produções brasileiras, de Humberto Mauro a “Central do Brasil”. “Mais pessoas ao redor do mundo estão descobrindo o trabalho dos cineastas brasileiros — do passado e do presente — e isso é muito empolgante”, concluiu Kramer.