Brasil está entre as economias mais prejudicadas com a crise do clima, aponta ONU
A renda média no Brasil deve cair 83% até o final do século se permanecerem com a emissão de gases de efeito estufa
Publicado nesta segunda-feira (28), um novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU traz uma soma de prejuízos que a crise climática tem produzido para o mundo. Indicadores ampliaram o alerta para ações urgentes contra os riscos iminentes. Em relação ao Brasil, dados revelam que o país está entre as economias mais afetadas com a crise.
“Se as emissões de gases de efeito estufa continuarem em alta, a renda média no Brasil deve cair 83% até o final do século, muito além da renda média global, que deve diminuir 23% no mesmo período”, revela reportagem de Ana Carolina Amaral para a Folha de São Paulo. Os dados são de um dos 34 mil artigos avaliados pelo relatório do IPCC sobre impactos, vulnerabilidades e adaptação ao clima.
O relatório aponta que os altos níveis de aquecimento poderiam causar um declínio do PIB global de 10% a 23% até o final do século se comparado a um mundo sem as mudanças climáticas em alerta. Até agora, o progresso mundial de adaptação é desigual e há lacunas entre as medidas adotadas e as que são necessárias.
O presidente do IPCC, Hoesung Lee, declarou que “este relatório é um alerta terrível sobre as consequências da inação”, declarou. Em 2100, a população sofrerá o quádruplo dos eventos climáticos extremos que a população de hoje, considerando apenas alguns décimos de grau a mais em aquecimento na temperatura do planeta.
A declaração de Lee aponta a necessidade de medidas mais ambiciosas e velozes dos países diante dos riscos apontando, especificamente o corte urgente nas emissões de gases de efeito estufa. “Isso mostra que a mudança climática é uma ameaça grave e crescente ao nosso bem-estar e a um planeta saudável. Nossas ações hoje moldarão como as pessoas se adaptam e como a natureza responde aos crescentes riscos climáticos”, completou.