Boulos lembra legado de Lula para São Paulo e afirma que Nunes é ‘refém do bolsonarismo’
O pré-candidato do campo progressista também criticou o uso da máquina pública por Nunes para autopromoção
Liderando a corrida eleitoral em vários cenários para prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL-SP) afirmou, durante uma sabatina promovida pelo UOL e pela Folha de S.Paulo, que o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP) é “refém do bolsonarismo” e tem medo de reconhecer o legado do presidente Lula (PT) para maior cidade da América Latina.
Boulos ressaltou a importância de os eleitores conhecerem os apoios políticos dos candidatos. De acordo com uma pesquisa do Datafolha, 65% dos eleitores paulistanos rejeitam votar em um candidato apoiado por Bolsonaro. Boulos acredita que a maioria dos eleitores das periferias ainda não está ciente do apoio de Bolsonaro a Nunes.
“O atual prefeito usa cada inauguração, às vezes uma placa, um metro de asfalto, chama imprensa, fala mal de mim, se promove com dinheiro público, e isso é tratado como natural. O Ricardo Nunes teve várias condenações por campanha antecipada”, apontou Boulos.
O pré-candidato também criticou o uso da máquina pública por Nunes para autopromoção. Boulos está tecnicamente empatado com Nunes nas pesquisas mais recentes, com 23% contra 24%, respectivamente.
Quem é Guilherme Boulos
Guilherme Castro Boulos, 42 anos, anunciou sua candidatura à Prefeitura de São Paulo pela segunda vez. Em sua primeira tentativa, em 2020, Boulos alcançou o segundo turno e obteve mais de um milhão de votos, mas foi derrotado por Bruno Covas (PSDB), que faleceu no ano seguinte.
Na eleição de 2022, Boulos foi eleito deputado federal por São Paulo com a maior votação para o cargo no estado, um feito que consolidou ainda mais sua presença na política nacional.
Filho de médicos, Boulos tem formação acadêmica em filosofia e é mestre em psiquiatria. No entanto, sua notoriedade vem de sua atuação política e militante. Ele iniciou sua trajetória no movimento estudantil e rapidamente se destacou como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), uma das principais organizações de luta por moradia no Brasil.
Em 2018, Boulos lançou-se candidato à Presidência da República, terminando a disputa em 10º lugar no primeiro turno, com pouco mais de 600 mil votos. Sua trajetória política é marcada pela defesa dos direitos dos trabalhadores e pela luta por justiça social, temas que deverão ser centrais em sua campanha à Prefeitura de São Paulo.
Um novo desafio pela frente
Com uma plataforma focada em justiça social, moradia e direitos humanos, Guilherme Boulos promete trazer propostas inovadoras para enfrentar os desafios da maior cidade do Brasil. Em suas aparições públicas recentes, ele destacou a importância de políticas inclusivas e sustentáveis, prometendo trabalhar para reduzir as desigualdades que afetam milhões de paulistanos.
Boulos tem se preparado para a disputa de 2024, buscando alianças e apoio de diferentes setores da sociedade. Sua candidatura representa uma alternativa progressista no cenário político municipal, com um histórico de engajamento em causas sociais que ressoam com grande parte do eleitorado.
A eleição promete ser acirrada, com Boulos enfrentando adversários de peso em uma cidade conhecida por sua diversidade política e social.