Bolsonaro não aceita mudar “Dia do Índio” para “Dia dos Povos Indígenas”
Com base em manifestação do Ministério da Justiça, Bolsonaro diz que veta integralmente “por contrariedade ao interesse público”
Evolução é uma palavra que o governo desconhece. Jair Bolsonaro, que quando pré-candidato disse que não demarcaria um centímetro de terras indígenas, em publicação no Diário Oficial da União desta quinta-feira (2) vetou o projeto de lei que muda o “Dia do Índio” para “Dia dos Povos Indígenas”.
O texto, aprovado pelo Senado, revoga o Decreto-Lei 5.540, de 1943, que estabelecia a data de 19 de abril como “Dia do Índio” e institui a data como “Dia dos Povos Indígenas”. A proposta é da deputada federal indígena, Joênia Wapichana (Rede-RR). No Diário Oficial Bolsonaro diz que veta integralmente “por contrariedade ao interesse público”, com base em manifestação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o mesmo ao qual está vinculado o órgão indigenista brasileiro, Funai.
Em sua manifestação o ministro André Torres disse que não há interesse público na alteração contida na proposta legislativa “uma vez que o poder constituinte originário adotou no capítulo oito da Constituição expressão dia dos índios tratando-se de termos consagrado no ordenamento e na cultura patrão não havendo fundamentos robustos para sua revisão”. Bolsonaro “acatou”.
Para as lideranças indígenas, o termo “índio” – além de ser usado em contextos pejorativos -, é um termo genérico que foi usado pelos colonizadores e nesse entendimento, anula a existência da diversidade cultural indígena, afinal, são mais de 200 povos. Já o termo “indígena”, do latim, quer dizer “natural do lugar em que vive”, reforçando a identidade de povo originário.