Bolsonaro gastou mais de R$ 3,5 milhões com alimentação em avião presidencial
Gasto de dinheiro público nesse setor bate recorde no governo Bolsonaro
Por Maria Vitória Moura
Segundo dados do Portal da Transparência, obtidos pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), o futuro ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus assessores gastaram mais de R$ 3,5 milhões com petiscos e alimentos servidos no avião presidencial durante os quatro anos de governo.
O contrato para fornecer esses produtos no voo presidencial foi firmado com a empresa International Meal Company Alimentação S/A em 2017, no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), sendo prorrogado por Bolsonaro diversas vezes. Conforme o deputado Vaz, os produtos adquiridos foram refeições prontas, incluindo café da manhã, almoço e jantar, assim como lanches, incluindo salgados, sanduíches, petiscos, castanhas, barras de cereais, frios, frutas, bebidas, doces e gelo.
Em 2022, os gastos com alimentação e petiscos no avião presidencial foram os maiores desde o início do governo. Em 2019, foram gastos R$ 851.159,36. No ano seguinte, 2020, os gastos com alimentação no avião foram de R$ 656.117,38, e, em 2021, R$ 889.583,37. Este ano, o montante bateu o recorde de R$ 1.183.459,95.
O deputado disse já ter apresentado as informações à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, para pedir auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) e “detectar se houve abuso no período eleitoral com recursos públicos”. O parlamentar pediu análise do que causou aumento de despesas em relação à média anterior e se as faturas coincidem com a agenda de campanha.
Vaz explica, ainda, que esse serviço não é pago com cartão corporativo, já que a empresa é contratada por meio de licitação. “Ou seja, além de gastar milhões todo mês com cartão, Bolsonaro ainda usou mais dinheiro público para bancar luxos no avião presidencial”, critica o parlamentar.
Além dos gastos exorbitantes apenas no setor de alimentação do avião presidencial, Elias Vaz identificou, ainda, que as despesas com o cartão corporativo dispararam 108% na média mensal deste ano, em comparação a 2021. Na semana passada, o deputado revelou que, só nos meses de agosto, setembro e outubro, em plena campanha eleitoral, as despesas com cartão corporativo da presidência somam R$ 9,1 milhões.
“Esses valores absurdos colocam em xeque a imagem que o presidente quer passar, de um homem simples, que come farofa na rua, que gosta de macarrão instantâneo e leite condensado. A grande verdade é que, enquanto 33 milhões de brasileiros passam fome, Bolsonaro está se refestelando com banquetes no avião. É revoltante”, enfatizou Elias Vaz.