O Coaf classificou as transações como “atípicas”, levantando a suspeita de doações por apoiadores para o pagamento de multas judiciais

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) respondeu à demanda da Polícia Federal (PF) ao submeter ao Supremo Tribunal Federal (STF) os extratos bancários dos quatro anos de sua presidência. A medida foi estabelecida pelo ministro Alexandre de Moraes, e a documentação foi entregue por seus advogados na quinta-feira (24). Bolsonaro teve o sigilo quebrado.

As movimentações financeiras do ex-presidente, de acordo com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), apontou pagamentos médios mensais de cerca de R$ 2,8 milhões via Pix, somente este ano.

De acordo com o relatório do Coaf encaminhado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o financiamento dos atos golpistas de 8 de janeiro, os pagamentos para a conta Pix do ex-presidente totalizaram impressionantes R$ 17,2 milhões nos primeiros seis meses de 2023. O montante foi uma parte dos R$ 18,5 milhões movimentados na conta de Bolsonaro, sendo a maior parte via Pix.

O Coaf classificou as transações como “atípicas”, levantando a suspeita de doações por apoiadores para o pagamento de multas judiciais. Além disso, o relatório apontou que parte dos recursos não foi direcionada para o pagamento de dívidas, mas sim convertida em aplicações financeiras e investimentos na bolsa.

O STF também autorizou a quebra de sigilo de Michelle Bolsonaro.