Bolsonaro diz que pessoa com HIV é “despesa para todos no Brasil”
O SUS distribui gratuitamente todos os medicamentos antirretrovirais desde 1996, e há 7 anos, o governo provê tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV (PVHIV), independentemente da carga viral.
Jair Bolsonaro comentou nesta quarta-feira a campanha de abstinência sexual da ministra Damares Alves (Mulher e Direitos Humanos). Ele afirmou que “uma pessoa com HIV, além de ser um problema sério para ela, é uma despesa para todos aqui no Brasil”. O presidente relatava o caso de uma jovem que supostamente teve o segundo filho aos 15 anos e que contraiu HIV na terceira gravidez.
O SUS (Sistema Único de Saúde) distribui gratuitamente todos os medicamentos antirretrovirais desde 1996, e há 7 anos, o governo provê tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV (PVHIV), independentemente da carga viral.
O que Bolsonaro não sabe é que saúde é um direito fundamental. Cerca de 866 mil pessoas no Brasil vivem com HIV-AIDS. Para esse governo, há vidas que são descartáveis, e que não cabem em seu projeto necropolítico.
Segundo Drauzio Varela, o Brasil tem um dos melhores programas de HIV/aids do mundo. Um programa que revolucionou o tratamento e reduziu a velocidade de disseminação da epidemia mundial ao adotar, em 1996, uma política de distribuição gratuita de medicamentos. Mas com um discurso desses, Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP) saem deslegitimados.
Assista o vídeo:
Bolsonaro disse que uma pessoa com HIV é uma despesa para todos no Brasil. Cerca de 866 mil brasileiros vivem com HIV-AIDS. Para esse governo, há vidas que são descartáveis e que não cabem em seu projeto necropolítico. O que Bolsonaro não sabe é que saúde é direito fundamental. pic.twitter.com/hSToWBeMcP
— Mídia NINJA (@MidiaNINJA) February 5, 2020
Confira o posicionamento de alguns parlamentares:
Nenhum brasileiro deveria ser considerado como "despesa" pelo presidente da República. Saúde pública é um direito de todos os cidadãos. Declarações criminosas e nojentas contra a população portadora de HIV/Aids só estimulam o preconceito e a ignorância. https://t.co/7LPbFQSqBg
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) February 5, 2020
Ao atacar diretamente pessoas que vivem com HIV/AIDS, o presidente escancara sua política de morte e nega o acesso à saúde, assegurado pela Constituição. Direito à saúde não é despesa, é uma obrigação do governohttps://t.co/CGkqJP61D1
— Erica Malunguinho (@malunguinho) February 5, 2020
Todo meu repúdio à declaração de Jair Bolsonaro contra as pessoas que vivem com HIV/AIDS. O discurso de ódio do presidente alimenta o preconceito e viola os direitos humanos. Despesa é ter um ignóbil na presidência da República!
— Erika Kokay (@erikakokay) February 5, 2020
No Brasil, 594 mil pessoas fazem tratamento com antirretroviral. Temos um dos melhores programas de tratamento do HIV/AIDS do mundo
— Ivan Valente (@IvanValente) February 5, 2020
@jairbolsonaro chama de “despesa” o que na verdade ele e sua turma, que prega “estado mínimo”, odeiam:
Serviço público, gratuito e de qualidade! pic.twitter.com/ikC32MdZL9
Ao proferir tão absurda afirmação, Bolsonaro quer dizer que o governo acredita que há vidas que são descartáveis, e que não cabem em seu projeto necropolítico. Cerca de 866 mil pessoas no Brasil vivem com HIV-AIDS. A saúde é um direito fundamental.https://t.co/bQXIfLxevQ
— Maria do Rosário (@mariadorosario) February 5, 2020
Uma pessoa vivendo com HIV/Aids não é uma despesa. Saúde é um direito básico e função do Estado. Sabe o que é uma despesa para o país? A corrupção e as mamatas que os filhos de Bolsonaro estão envolvidos. Sobre isso ele não fala, mas a gente não esquece.https://t.co/tG1cvPEoc4
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) February 5, 2020