Boas práticas para evitar o capacitismo no esporte
Muitas vezes nos deparamos com o tratamento equivocado com PCDs e em meio às paralimpíadas isso fica mais evidente.
Por Karizia Marques, para Cobertura Colaborativa #NECParis2024
As paralimpíadas já estão aí e junto a ela é o momento em que se torna notável o reforço de alguns estereótipos com PCDs tanto pelas pessoas como na mídia. Essas atitudes vêm normalmente ligada ao capacitismo, quando achamos que alguém não consegue, devido a sua deficiência.
Antes de tudo é preciso entender que paratletas são atletas como qualquer outro e a deficiência não é para ver como uma superação ou algo extraordinário. Perceber ele como esportistas de alto rendimento, que treinam duro em busca de resultados, é o primeiro passo para essa mudança de visão.
Visto isso, mostremos algumas boas maneira para adotar nessas paralimpíadas e na vida, para evitar falas ou atitudes capacitistas:
Elogie o esforço
É comum vermos o destaque para a deficiência do atleta como motivo de inspiração ou superação. Se for elogiar, ressaltar o talento, dedicação e habilidades esportivas, assim como qualquer outro atleta.
Não subestime as capacidades dos atletas
Frases como “não esperava que eles conseguiriam fazer isso” ou “nem parece que ele tem deficiência” também reforçam o capacitismo. Lembre-se de que os paratletas são profissionais altamente capacitados e treinados, totalmente capazes de competir com feitos impressionantes em suas modalidades, sem que isso seja surpreendente por fazer o básico.
Evite comparações
Não compare os esportes paralímpicos com os olímpicos, como se houvesse uma hierarquia. Até porque ninguém compara as Olimpíadas de verão com as de inverno, por serem coisas diferentes da outra. Cada disputa tem seus próprios desafios com modalidades próprias, regras e desafios diferentes. Então todos os atletas merecem reconhecimento por suas conquistas, sem comparações desnecessárias.
Respeite as regras dos jogos
Em esportes com cegos, por exemplo, o futebol, o público deve permanecer em silêncio durante a partida, pois os atletas se orientam pelo som da bola, e barulhos externos podem distrair. Para expressar gritos, alegria ou indignação, basta em momentos mais parados da partida ou de comemoração.
Cuidados com o vocabulário
Alguns termos como “super-herói” ou “coitadinho” podem parecer elogios ou expressões de empatia, mas acabam colocando as pessoas com deficiência em termos de desumanização. Use termos neutros e respeitosos, como “atleta”, “competidor” e “campeão”. Além dessas, existem diversas expressões no nosso vocabulário do dia a dia que devem ser retiradas como, “Retardado”, “demente”, ou expressões como “Nem parece que você é PCD”, “Se fosse comigo, nem sei o que faria” ou “Você não tem cara de autista”. Esses termos também são totalmente inadequados e ofensivos para se referir a pessoas com deficiência.