Por Rodrígo Olivêira

Em época de Olimpíadas, o vôlei brasileiro passa a ser um dos esportes mais acompanhados pelos brasileiros, juntamente com o futebol e a ginástica artística. No entanto, com a crescente e importante presença de jogadores negros como Ana Cristina, Leal, Isac, Alan, Darlan Lucarelli e cia.; as diretoras Onisajé e Susan Kalik se juntaram para fazer o documentário Black Point, para reverenciar os atletas “que vieram primeiro”.

Essa celebração de amor ao vôlei em formato de documentário, vem para mostrar o legado dos primeiros atletas negros da seleção que encorajaram e abriram espaço para que pudéssemos ter nas seleções masculina e feminina, a maior presença negra que o Brasil já teve no esporte.

O interesse pela temática surgiu pela paixão que Onisajé e Susan Kalik têm pelo vôlei, “Onisajé ficava até de madrugada assistindo a jogos de vôlei da seleção, jogos de 1996, 2004, 1995… Era uma aficionada! Eu também gosto muito de voleibol, joguei nos times e campeonatos da escola nos anos 90, mas a paixão dela pelo esporte é linda”.

Foto: Acervo Pessoal


Com a promessa de um dia concretizarem cinematograficamente essa paixão, “Black Point”, não só abordará o esporte mas também trará temas como empoderamento racial, criação artística e afirmação política, com sonho, poesia e lindeza preta brasileira.

Na última terça (23), as roteiristas e diretoras Onisajé e Susan Kalik embarcaram rumo à Paris para gravar cenas exclusivas nesta primeira semana de jogos, e depois retornam ao Brasil. Mas, ainda durante essas Olimpíadas elas conversarão com a apresentadora Márcia Fu, a ministra da igualdade racial e ex-jogadora de vôlei, Anielle Franco, com o idealizador e alunos do projeto de empoderamento racial e social Wakanda Vôlei e com Carlos Márcio, performer e drag queen Márcia Pantera,  criadora do movimento “bate cabelo”, ex-jogador profissional de vôlei.

Apesar de não ter uma data de estreia, Black Point encontra-se na fase de pesquisa documental. “Começamos em 2023, realizando imagens durante o Pré-olímpico em 2023, depois na VNL – Liga das Nações em 2024, e agora encerramos a “etapa jogos olímpicos” em Paris e Brasil, para então, finalizarmos a construção do roteiro e projeto executivo. O que se dá daí em diante, quando o filme conseguir recursos para produção, serão as gravações das entrevistas com atletas e convidadas e a produção das imagens poéticas do filme.”, explica Susan.

A produção do documentário também integra o projeto “ESCREVINHADEIRAS – Mulheres reunidas em Núcleo Criativo”, aprovado no edital da Lei Paulo Gustavo, da Secult/Ba. Com bastante confiança no projeto, as produtoras Paula Alves (Tesoura Filmes) e Susan Kalik (Modupé Produtora) afirmam que “esta possibilidade de pesquisa e desenvolvimento prévio do roteiro, captação de imagens e pré entrevistas, através da LPG Bahia é essencial para termos um projeto consistente, desenvolvido e competitivo para captação de recursos no mercado e nos editais de produção. Nosso desejo é produzir o filme no próximo ano, com fé e axé!

Além de Onisajé e Susan Kalik, integram à equipe do documentário o diretor baiano Thiago Gomes, direção de fotografia de Matheus Rocha Pereira, produção de Paula Alves e Susan Kalik e realização da Modupé Produtora em coprodução com a Tesoura Filmes.