A campanha de Pablo Marçal à Prefeitura de São Paulo revela financiamento de bilionários que contrasta fortemente com a imagem pública que o candidato tenta projetar. Marçal, que se apresenta como um candidato próximo ao povo, tem sua arrecadação fortemente dependente do bolso de empresários bilionários.

Um deles é Helvio Paulo Ferro Filho, bilionário que também doou para campanha de Bolsonaro, e que foi preso em flagrante em 2022 com uma arma ilegal. Caso fosse condenado, ficaria de dois a quatro anos na prisão, mas o julgamento nunca aconteceu. Um acordo feito entre ele o Ministério Público, onde se declarou culpado, extinguiu a ação judicial.

Marçal (PRTB) também recebeu R$ 100 mil reais do bilionário Helio Seibel, que controla o Grupo Ligna, ao lado do irmão Salo. Eles são donos da rede de insumos para marcenaria, Leo Madeiras, da incorporadora Espaço Negócios e da usina termoelétrica Gera Maranhão. O grupo também é acionista em produtoras de papel e foram um dos responsáveis pela implantação da gigante Leroy Merlin. Seu patrimônio é de R$ 2,5 bilhões, segundo a revista Forbes.

As doações de bilionários representa 36% do montante total arrecadado, que já ultrapassa meio milhão de reais. Este financiamento volumoso, vindo de poucas fontes, sugere que, apesar da retórica de conexão com as bases populares, a verdadeira base de apoio financeiro do candidato vem de grandes investidores e não de pequenas doações.

Por outro lado, a maior parte das doações na campanha de Marçal são de valores abaixo de R$ 1.000, com mais de seis mil contribuintes enviando quantias pequenas via Pix. No entanto, essas microdoações representam menos de 2,2% do total arrecadado, o que destaca a discrepância entre a imagem de acessibilidade do candidato e a realidade do seu apoio financeiro.

Em comparação, candidatos como Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB) também têm apoiadores significativos, mas com perfis de doações que, embora variados, não alcançam os altos valores observados na campanha de Marçal.