O presidente Joe Biden, de 81 anos, soltou uma bomba neste domingo. O candidato à reeleição dos Estados Unidos abandonou sua candidatura já muito criticada. Biden cedeu à pressão implacável de seus aliados mais próximos em meio a profundas preocupações com sua fragilidade e incapacidade para derrotar o ex-presidente Donald J. Trump, seu opositor na disputa. “Acredito que é do interesse do meu partido e do país que eu deixe o cargo”, afirmou em uma declaração pública.

Isso ocorre depois de veteranos democratas, incluindo Barack Obama e Nancy Pelosi, terem insinuado preocupação com a saúde de Biden e sugerido que talvez fosse hora de abrir caminho para um candidato mais jovem.

Além disso, as pesquisas não indicavam um cenário otimista para o veterano democrata.

Por enquanto, em sua carta, o presidente não apoia explicitamente um sucessor, mas agradece a Kamala Harris pelo cargo de vice-presidente. Em outra publicação, ele lhe dá todo o seu apoio e endosso.

“Minha primeira decisão como candidato do partido em 2020 foi escolher Kamala Harris como minha vice-presidente. E foi a melhor decisão que já tomei”, afirma Biden. “Hoje quero oferecer todo o meu apoio e endosso para que Kamala seja a candidata do nosso partido este ano. Democratas: é hora de nos unirmos e derrotar Trump. Vamos fazer isso.”

A primeira mulher na Casa Branca?

Em um possível confronto entre Harris e o ex-presidente de extrema-direita, as pesquisas mostraram um empate, com 42% apoiando ela e 43% apoiando o ex-presidente, de acordo com uma pesquisa da Ipsos divulgada no início deste mês.

Se for nomeada candidata do partido, Harris, de 59 anos, assumirá o dinheiro arrecadado pela campanha de Biden e herdará a infraestrutura da campanha, disseram fontes da mídia democrata ao The Economist. Ela também tem o maior reconhecimento entre todas as alternativas e as pesquisas são melhores do que para o resto dos democratas que poderiam ser seriamente considerados como candidatos, disseram as fontes.

Mas os republicanos não veem nesta possibilidade uma ameaça e realmente acreditam que Trump pode regressar à Casa Branca caso enfrente a atual vice-presidente de Biden.

A esperança de Obama

O verdadeiro medo da oposição surge com a possibilidade de Michelle Obama, ex-primeira-dama dos EUA, finalmente decidir concorrer. Em uma pesquisa da Ipsos do início de julho, a ex-primeira-dama obteve 50% de aprovação, em comparação com 39% do líder republicano.