Benki Ashaninka é absolvido de acusações caluniosas
Liderança indígena estava sendo processado por calunia e poderia ser condenado a até 8 anos de prisão por crime que não cometeu.
Benki Piyãko, liderança indígena da etnia Ashaninka, foi absolvido nessa segunda-feira, dia 21, no processo por denunciação caluniosa que corria na Primeira Vara Criminal de Cruzeiro do Sul, no Acre. O caso começou quando Benki foi acusado de falso testemunho num processo enviado à Polícia Federal e aceito pelo Ministério Público em 2015.
Após conflitos por ocupação de terra na cidade de Marechal Thaumaturgo/AC, em abril de 2015, Benki fez uma denúncia à Polícia Federal para relatar os riscos de violência que estava sofrendo, em razão de sua atuação como agente agroflorestal e líder da Associação dos Ashaninkas do Rio Amônia – Apiwtxa. Isso aconteceu após 3 indígenas do povo ashaninka terem sido mortos.
Os responsáveis pela investigação do caso foram até a sede do município e, após ouvir apenas os acusados, decidiram por arquivar a denúncia. Sem ouvir Benki ou qualquer uma das pessoas da Apiwtxa, a autoridade policial indiciou Benki e pediu a abertura de ação penal, contra o próprio indígena, pelo crime de denunciação caluniosa.