Belo final: O que as Olimpíadas de Paris representam para Rafael Nadal?
Com 38 anos e uma grande carreira, o tenista Rafael Nadal vê nas Olimpíadas de Paris uma possibilidade de encerrar seu ciclo no esporte.
Por: Rafael Lisboa
Catorze vezes campeão de Roland Garros, duas vezes vencedor de Wimbledon e com duas medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos, Rafael Nadal chega, agora aos 38 anos, para disputar sua quarta edição de Olimpíadas, em Paris, na busca da medalha dourada e pela segunda vez, nas duplas. O experiente tenista espanhol irá jogar a modalidade solo e em dupla, ao lado de Carlos Alcaraz, atual número 3 do mundo, e que recentemente venceu Novak Djokovic, rival de ambos espanhóis, em Wimbledon.
Entretanto, Nadal sabe que nem tudo são flores. Mesmo tendo aparecido na lista de inscritos para o US Open, as lesões recorrentes desde 2015 na carreira do espanhol o fazem saber que essa edição de Olimpíada pode ser o último torneio de sua carreira e por isso, deseja ir com tudo, com o principal nome espanhol do esporte na atualidade, para conquistar mais uma medalha.
Campeão solo em Pequim 2008 e em dupla no Rio 2016, Nadal chega nas Olimpíadas após um longo período de recuperação de uma ruptura muscular, descoberta no começo desse ano, que o tirou de torneios como Australian Open e Indian Wells. De volta ao tênis no aberto de Barcelona no mês de abril, Nadal tem acumulado eliminações antecipadas e tem se mostrado muito distante do seu alto nível, inclusive no Roland Garros, seu principal torneio, sendo eliminado na primeira rodada para o alemão Alexsander Zverev.
Na sua última competição antes dos Jogos Olímpicos, Rafael voltou a uma final após dois anos, quando venceu o norueguês Casper Ruud por 3 a 0 em Paris. Mas, mesmo sendo o favorito, o espanhol perdeu a partida em dois sets (6-3, 6-2) para o português Nuno Borges, de 27 anos. Além disso, o espanhol teve o norueguês como dupla nesse mesmo torneio, chegando até as semifinais, quando optaram por desistir pelo alcance de Nadal na disputa do solo. Em um torneio de nível inferior usado como preparação para a competição principal, o espanhol após a final se disse satisfeito de poder voltar a uma decisão, mas se mostrou irritado com seu desempenho.
Porém, com duas lesões no quadril desde maio do ano passado e desistências de torneio acumuladas, fica a dúvida de como o tenista ex-número 1 estará nas Olimpíadas. Portanto, o espanhol sabe da possibilidade de final de ciclo. Em entrevista para o GE em 2023, o espanhol falou que “as Olimpíadas de 2024 seriam um belo final para a minha carreira” e disse que espera ser competitivo, mas sabe da dificuldade de voltar a vencer. Já neste ano, ele comentou em coletivas de imprensa que faria de 2024 uma “turnê de despedida”, que sabe que a hora de parar está chegando, mas pede calma ao ser questionado quando.
E aí? Será que Rafael Nadal seguirá os planos de Andy Murray e encerrar sua carreira após os Jogos Olímpicos?