Por: Laura Yule e Mariana Walsh

Como todo atleta, a remadora Beatriz Tavares sempre almejou estar em uma Olimpíada. Seu talento e dedicação no esporte indicavam que a realização desse sonho viria o quanto antes. Quando jovem, ela foi a primeira brasileira a chegar em uma final de Mundial Júnior, ficando em quinto lugar. Uma suspensão por doping, entretanto, a afastou do esporte por quatro anos e quase fez ela desistir da carreira. Depois de superar diversos desafios, agora ela está pronta para realizar o seu maior sonho: estar em uma edição dos Jogos Olímpicos.

Foto: Time Brasil

Sua trajetória no esporte se iniciou por incentivo do seu pai, que sempre fez questão que a filha praticasse alguma atividade física. Antes de encontrar o remo, Bia passou pelo judô, natação e nado sincronizado, até que um amigo da família notou que ela tinha um biotipo perfeito para remar, e a convidou para participar de algumas aulas. Desde então, o que começou como um hobbie virou uma paixão. E tudo ficou mais sério quando sua parceira, Gabi Sales, passou a incentivá-la a encarar o esporte com mais determinação e constância.

Ao longo de sua carreira, Bia precisou encarar muitos desafios. Ainda jovem, ela passou a conviver com transtornos alimentares. Pouco tempo depois, veio o afastamento do esporte, que aconteceu em decorrência de exame antidoping positivo. E foi exatamente neste período em que ficou longe das águas, que encontrou uma nova paixão: a nutrição.

Apesar da insegurança em investir tempo e vida no esporte, a volta ao remo foi muito natural. Bia pensou muito se realmente valeria a pena continuar com o esporte que sempre permeou boa parte de sua vida, mas a paciência foi ponto-chave no seu processo de retorno. De volta às águas, ela passou a conciliar sua rotina de treinos com as aulas na faculdade. Mais experiente e madura, passou a viver o melhor momento de sua carreira e teve a certeza de que valeu a pena passar por tudo o que viveu 

Hoje, Bia se sente no mesmo lugar de quem está começando, mas sabe do seu papel de referência. Por isso, presta muita atenção em suas palavras e atitudes, porque sabe do peso que isso tem. Em Paris, ela será a primeira representante brasileira no single skiff depois de 12 anos. Classificada para a final C, Bia busca a melhor colocação possível – podendo ficar entre 13º e 18º lugar. Independente do resultado, a remadora deixa seu nome na história do esporte olímpico brasileiro e pode dizer que seu sonho finalmente se tornou realidade.