Avança no governo Lula proposta de criação do Bolsa Família Indígena
Proposta não aumenta valor de repasse, mas flexibiliza calendário de pagamentos
Proposta não aumenta valor de repasse, mas flexibiliza calendário de pagamentos
O governo Lula (PT) debate a criação do Bolsa Família Indígena. A intenção é derrubar barreiras burocráticas de acesso ao programa, como flexibilizar o calendário de pagamentos. As mudanças poderão beneficiar famílias indígenas que precisam fazer viagens longas e caras para sacar as parcelas.
O problema é enfrentado por comunidades distantes de centros urbanos no interior da Amazônia, que possui mais de 180 povos indígenas.
A proposta prevê o aumento do prazo do saque de benefícios sociais para a população indígena de 120 para 180 dias. Em uma segunda etapa, A Fundação Nacional Dos Povos Indígenas (Funai) sugere que o período seja estendido para 270 dias, com o aval do Congresso.
O texto está em um ofício da Funai revelado pelo Brasil de Fato.
O documento foi encaminhado ao Ministério dos Povos Indígenas (MPI) para ser remetido à pasta do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), que coordena o Bolsa Família.
Outro ponto em discussão é a quebra do calendário de pagamentos, que hoje é vinculado ao Número de Identificação Social (NIS) dos beneficiários. A ideia é que o saque possa ocorrer de forma independente do dia previsto no calendário.
Bolsa Família
O Bolsa Família, criado em 2003, significou para muitas comunidades indígenas o primeiro acesso regular e continuado a um programa social. Vinte anos depois, o movimento indígena brasileiro ganhou força e, agora participando do governo Lula, planeja aperfeiçoar o benefício.
O Bolsa Família Indígena não foi anunciado publicamente pelo governo federal. Antes de oficializar a mudança das regras, a Funai aponta no ofício a necessidade de consultar os povos e organizações indígenas, conforme prevê a convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
*Com informações do Brasil de Fato