Austrália, Canadá e Nova Zelândia pedem que Israel pare imediatamente com bombardeios em Gaza
Neste domingo, Netanyahu afirmou que Lula é uma “Persona Non Grata”, após o presidente comparar o genocídio de judeus por Hitler com o que está acontecendo atualmente na Faixa de Gaza
Lula não está sozinho. Canadá, Nova Zelândia e Austrália também tornaram pública uma declaração conjunta que pede ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que suspenda a operação militar com bombardeios ao último refúgio em Gaza, que concentra mais de 1,5 milhão de palestinos. Os três países se somam a 153 representantes estrangeiros, que já assinaram uma declaração conjunta que pede o cessar-fogo imediato. Nesta segunda-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que foi proibida de entrar no último hospital que estava em funcionamento na cidade de Rafah, e que foi alvo da operação militar do Exército Israelense.
“Cerca de 1,5 milhões de palestinos se refugiaram na região, incluindo muitos dos nossos cidadãos e das suas famílias. Uma operação militar alargada seria devastadora. Exortamos o Governo israelita a não seguir esse caminho. Não há simplesmente nenhum lugar para onde os civis possam ir”, diz o comunicado dos dirigentes dos países.
A organização Repórteres Sem Fronteiras afirmou que chega a 200 o número de jornalistas mortos pelo exército de Israel, e que não há como obter relatos seguros do real dano causado pelos bombardeios. Duramente criticado por ser um dos únicos países a apoiar a ação militar israelense em Gaza, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que Israel estava perdendo apoio internacional por causa dos “bombardeios indiscriminados”.
De acordo com a Agência das Nações Unidas para Refugiados, mais de 25 mil palestinos foram assassinados pelas forças militares israelenses. O percentual de crianças e adolescentes abaixo de 16 anos mortos, além de mulheres, chega a 70% das mortes.
O representante permanente palestino na ONU, Riyad Mansour, instou hoje o Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, a “confirmar que a presença israelita nos territórios palestinos ocupados é ilegal”.
“Repito, é ilegal. A presença das suas forças de ocupação e dos seus colonos é ilegal. E a sua ocupação deve chegar a um fim imediato, total e incondicional”, acrescentou.
Mansour interveio na audiência de hoje perante o tribunal, que estuda esta semana as consequências jurídicas das políticas e práticas de Israel nos territórios palestinos, para emitir um parecer consultivo solicitado pela Assembleia-Geral das Nações Unidas em 2022.
Neste domingo, Netanyahu afirmou que Lula é uma “Persona Non Grata” após o presidente comparar o genocídio de judeus por Hitler com o que está acontecendo atualmente na Faixa de Gaza. O governo brasileiro afirmou que não deve voltar atrás em sua declaração, e que mantém o pedido para um cessar-fogo imediato.