Ativistas são presos em Brasília por protestar contra “Pacote do Veneno”. Confira vídeo
Polícia legislativa chegou a jogar spray de pimenta contra manifestante
Ativistas foram presos pela Polícia Legislativa nesta quarta-feira durante um protesto na frente do Congresso Nacional, em Brasília, para denunciar o PL 6299/2002, conhecido como “Pacote do Veneno”.
Vestidos com macacão de segurança e máscaras de gás para sinalizar a luta contra os agrotóxicos, os ativistas seguravam faixas com os dizeres “Bancada do Câncer, não vamos engolir o seu veneno”. Contudo, eles foram impedidos de exibi-las pela polícia, que chegou a jogar spray de pimenta em um deles. O material foi recolhido e eles saíram no carro da polícia acompanhados pelos oficiais em ação. A polícia não informou o motivo da detenção dos manifestantes.
Confira imagens:
Ativistas acabam de ser presos pela Polícia Legislativa por realizar protesto contra o #PacoteDoVeneno em Brasília. pic.twitter.com/yEbts9rBXS
— Mídia NINJA (@MidiaNINJA) February 16, 2022
Entenda o protesto
Os ativistas se manifestavam para denunciar os 301 deputados que votaram a favor do Pacote do Veneno (PL 6299/2002) na noite da última quarta-feira (09). O texto é ferrenhamente defendido pela bancada ruralista há anos e visa substituir a Lei n.º 7.802 de 1989, conhecida como a Lei do Agrotóxico, um importante marco no processo de redemocratização do país e na articulação política entre a saúde coletiva e o ambientalismo, com amplo apoio de sindicatos, movimentos sociais e setores da sociedade civil.
O “Pacote do Veneno” visa dar mais autonomia ao Ministério da Agricultura, hoje presidido pela ministra Tereza Cristina, também mundialmente conhecida como a “musa do veneno” e permitir que novas substâncias sejam aprovadas sem avaliação prévia da Anvisa e do Ibama, através de registros temporários, além de retirar a obrigatoriedade da apresentação de receituário para venda dos agrotóxicos. O projeto ainda quer mudar o nome “Agrotóxico” para “Defensivo Fitossanitário” para melhorar a imagem dos produtos.
A aprovação se deu em menos de 4 horas com o plenário analisando o pedido de urgência e o mérito do projeto, de forma extremamente acelerada sem participação popular e com uma ampla mobilização de movimentos sociais contra.