Ativistas pedem conselho da juventude dentro do Consórcio da Amazônia Legal
Intuito é promover a participação popular nas tomadas de decisões e trazer uma visão mais ampla sobre a Amazônia
Com o intuito de estabelecer a participação dos jovens nas tomadas de decisões dos seus territórios, organizações do terceiro setor buscam a criação de um conselho de juventude dentro do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal. A carta-intenção foi protocolada durante a COP27 e contou com a adesão de onze organizações de jovens ativistas pelo clima.
Desde que foi anunciado a participação dos governadores membros do Consórcio da Amazônia Legal dentro do mais importante evento sobre mudanças climáticas, a COP27, que está ocorrendo este ano entre os dias 7 a 18 de novembro, em Sharm el-Sheikh, no Egito, criou-se grandes expectativas sobre o futuro da maior floresta tropical do mundo.
Diante das graves ameaças sofridas nos últimos anos, a Amazônia demanda esforços urgentes para sua preservação. No entanto, pouco vem se falando sobre o papel que a juventude desenvolve para a manutenção do território amazônico e, sobretudo, na mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Nesse contexto é que jovens da Amazônia construíram a carta-intenção para a criação do conselho da juventude dentro do Consórcio da Amazônia, com o objetivo de promover a participação popular nas tomadas de decisões, como explica Hannah Balieiro, diretora-executiva do Instituto Mapinguari do estado do Amapá.
“É importante porque precisamos ter essa participação política. Não só para a gente se manter informado do que acontece, mas como também participar de planejamento, de projetos, de ações que são direcionados para dentro da nossa região. É a nossa representação como sociedade civil, para que a gente não fique só olhando o governo tomar decisões pela gente, mas que possamos propor também”, explica a ativista.
Com perspectivas para o futuro, a juventude contribui elaborando propostas com visões e vivências inovadoras. Além disso, a juventude tem um grande poder mobilizador e coragem em propor mudanças tão necessárias para a Amazônia, trazendo uma visão mais ampla sobre a sociedade. Como afirma Mariana Guimarães, diretora da Organização Mandí do Pará.
“Tá todo mundo olhando para a Amazônia, fala-se muito em financiar ações lá, mas que propostas vão ser levantadas? Falam que a gente é o futuro da Amazônia, por que não estamos no presente, decidindo esse futuro que está sendo proposto? Vemos muitos jovens, mas só participando de forma tutelada nesses espaços. Como se não tivéssemos nossas visões críticas e pensamentos criativos para construir soluções”, diz Mariana.
A carta-intenção foi entregue ao governador do estado do Pará, Helder Barbalho, e foi assinada pelas organizações: Associação das Mulheres Indígenas Sateré Mawé (AM); COJOVEM (PA); Comitê Chico Mendes (AC); Engajamundo (AM, PA); Gueto Hub (PA); Instituto Mapinguari (AP); Matpha (AC); Organização Mandí (PA); Movimento dos Jovens Indígenas de Rondônia (RO), Palmares Action Lab (AM) e Associação da Aldeia Kaluani (MT).
(Com Assessoria Mapinguari)