Ativista anti-caça às baleias é preso na Groenlândia e pode ser extraditado para o Japão
A detenção ocorreu em Nuuk, capital da Groenlândia, um território sob jurisdição da Dinamarca
Por Cley Medeiros, com informações da Sea Shepherd Brasil
O Capitão Paul Watson, renomado defensor dos oceanos e fundador da Sea Shepherd, foi detido na Groenlândia, enquanto navegava a bordo do navio John Paul DeJoria. Watson e sua tripulação estavam a caminho do Pacífico Norte para interceptar um navio japonês que caça baleias, o Kangei Maru, quando foram abordados pelas autoridades locais.
A detenção ocorreu em Nuuk, capital da Groenlândia, um território sob jurisdição da Dinamarca. Segundo as autoridades dinamarquesas, a apreensão de Watson está relacionada a um incidente anterior nas Ilhas Faroé, onde o Capitão tentou impedir a matança de baleias. A Dinamarca, que também administra as Ilhas Faroé, alegou que a ação foi uma medida preventiva, mas há suspeitas de que o governo japonês possa ter influenciado o processo.
Se extraditado para o Japão, Watson pode enfrentar uma pena de 15 anos de prisão
Watson, que foi removido da lista pública da Interpol no início do ano, havia viajado recentemente por vários países que ignoraram sua presença na lista. A Dinamarca, no entanto, optou por colaborar com o Japão, o que levanta preocupações sobre uma possível extradição de Watson para o Japão, onde ele enfrentaria uma pena de até 15 anos de prisão.
A decisão final sobre a extradição está prevista para ser tomada até o dia 15 de agosto, enquanto Watson permanece detido sem possibilidade de fiança. O Capitão optou por interpor recurso contra a decisão.
A Sea Shepherd Brasil e outras organizações parceiras expressaram profunda indignação com a detenção e estão mobilizando uma campanha global para evitar a extradição de Watson. A organização critica a postura do governo dinamarquês, alegando que a detenção é uma tentativa de desviar a atenção dos problemas maiores, como a continuação da caça de baleias pelo Japão e as práticas controversas nas Ilhas Faroé.
Em um comunicado, a Sea Shepherd Brasil destacou: “A apreensão de Paul Watson é um ataque à luta pela preservação dos oceanos e pela vida marinha. Em vez de focar em indivíduos que dedicam suas vidas à proteção ambiental, devemos concentrar nossos esforços em combater as práticas predatórias que ameaçam nossos oceanos.”
Apesar das adversidades, Watson enviou uma mensagem de esperança e encorajamento a seus apoiadores, reafirmando seu compromisso com a proteção dos oceanos. “Em tempos de turbulência, a coragem e a determinação são essenciais para enfrentar os maiores desafios”, disse Watson em uma filmagem recente.
As organizações parceiras estão trabalhando para coordenar uma pressão global sobre as autoridades dinamarquesas e japonesas. A campanha de apoio visa mobilizar o público para exigir justiça e garantir que Watson possa continuar seu trabalho vital pela preservação do planeta.