Por Movimento dos Atingidos por Barragens

Na manhã de hoje (17/03)  atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão, propriedade da Samarco/VALE/BHP, ocuparam os trilhos da ferrovia da Vale. Os atingidos e atingidas reivindicam seus direitos já que ainda não houve a devida reparação pelos danos provocados pelos milhões de toneladas de rejeito de minério despejados no Rio Doce.

Foto: Movimento dos Atingidos por Barragens

A ocupação foi feita em Pedra Corrida, distrito do município de Periquito/MG, onde vivem milhares de Atingidos, ribeirinhos, pescadores, agricultores, lavadeiras, comerciantes e outros, que seguem convivendo, mesmo após de passarem mais de dois anos e quatro meses com os danos sociais, ambientais e econômicos do que foi considerado o maior crime socioambiental do Brasil. ” Ainda existem pescadores que não tiveram seus direitos reconhecidos, as propostas de indenizações são injustas e foram definidas a partir de uma matriz de danos imposta pela Renova em um processo sem transparência e sem participação dos atingidos, a população recebe em casa, água do Rio Doce, a qual não confia, já que essa em diversas ocasiões apresenta cheira e sabor ruim, e em periodos chuvosos não é incomum sair água barrenta das torneiras. Queremos trazer atenção especial para água pois vamos tratar desse assunto no FAMA (Fórum Alternativo Mundial da Água), ao qual já está ocorrendo em Brasília,  e estamos indo participar para denunciar que a água de qualidade é um direito, e nós estamos sendo privados dele”. Afirma uma moradora local, militante do Movimento dos Atingidos por Barragens.

 

Foto: Movimento dos Atingidos por Barragens

Os Atingidos exigem reconhecimento dos seus direitos, indenizações justas com reconstrução de matriz de danos a partir da participação efetiva dos atingidos , construção de um sistema de captação de água alternativo ao Rio Doce através do Rio Corrente e o financiamento de uma pesquisa sobre contaminação da população por metais, a ser realizada por entidade independente escolhida pela comunidade. O tema da saúde preocupa os moradores já que é comum as queixas de problemas de pele , queda de cabelo e dores no estômago.

Foto: Movimento dos Atingidos por Barragens

Os manifestantes afirmar intenção de manter a paralisação até o atendimento da pauta por parte da Fundação Renova, entidade criada e controlada pela Samarco/Vale/BHP Billinton para realizar a reparação dos danos em toda a Bacia.

Águas para Vida! Não para Morte!