Produtores de festivais de artes cênicas de diversas cidades do Brasil estão agora na Câmara dos Deputados em audiência sobre o fomento a este setor. Convidados para compor um debate sobre a atual situação dos festivais no país, os produtores expuseram com fatos e números argumentos que justificam os festivais de artes cênicas como solução e não como agravamento para a crise financeira no setor da cultura.

“Os festivais no último ano geraram um impacto econômico de 14 milhões de reais”, conforme o produtor cearense Paulo Feitosa. Para Marcelo Bones, que trouxe um panorama a partir da Rede Brasileira de Festivais de Teatro, os festivais são plataformas que “impulsionam os mercados de trabalho e economias locais”.

Ainda conforme Bones, os festivais, mesmo aqueles organizados por grupos independentes, “exercem um papel público”. Ainda assim, os recursos públicos para os festivais ainda são escassos, mesmo considerando as leis de incentivo já que 60% de projetos agraciados não são captados, ou 100% no caso das leis municipais.

Mesmo com as exposições que justificariam os festivais como importante fonte de formação, incentivo, internacionalização e consequentemente de receita para o setor econômico, o diretor de artes cênicas do atual Ministério da Cultura, Ginaldo Souza, informa que o Fundo Nacional de Cultura “não tem dinheiro” ainda este ano.

“A Funarte não conseguiu dinheiro para pagar passagem de Amir Haddad ao festival de teatro no Sergipe”, alertou. Considerou, entretanto, uma nova perspectiva a partir do novo marco regulatório das organizações da sociedade civil que possibilitará uma cifra de R$ 10 milhões para os festivais a partir do próximo ano.