Aquecimento global: 2020 pode ser o ano mais quente em 4 anos
Segundo o The Guardian, regiões árticas da Terra registraram aumentos continuados de temperatura, chegando ao ponto de deixar algumas cidades totalmente sem neve.
O isolamento social causado pela propagação do novo coronavírus pode ter ajudado a limpar temporariamente o céu, mas não fez nada para amenizar as mudanças climáticas. Cientistas alertam que este ano está caminhando para ser o mais quente do mundo desde o início das medições, quebrando os recordes estabelecidos em 2016 como o ano mais quente desde que as medições começaram a ser registradas.
Segundo o The Guardian, regiões árticas da Terra registraram aumentos continuados de temperatura, chegando ao ponto de deixar algumas cidades totalmente sem neve.
Há a chance de 75% dos recordes de temperatura serem quebrados em 2020, com 99,9% de chance de esse aumento ser, ainda, o maior da história, e acordo com a Administração Nacional Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA). Em um cálculo separado, o Instituto Goddard para Estudos Espaciais, da NASA, chega à mesma conclusão, ainda que em uma estimativa mais conservadora: 60% de chances de quebra de recorde. Já um terceiro cálculo, feito pelo Met Office, na Inglaterra, diz que as chances são de 50%, ressaltando ainda que 2020 terá um período de calor estendido, superando a duração de 2015 — até hoje a maior já registrada.
Ainda citando a região ártica, foram registrados picos de temperatura acima de 20ºC pela primeira vez na história do continente. No norte, especificamente na cidade de Qaanaaq, na Groenlândia, houve recorde histórico neste mês de abril, com a região chegando a 6ºC. Em regiões centralizadas entre trópicos, como Los Angeles, na Califórnia, o termômetro chegou a marcar 34ºC, de acordo com Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos.
Segundo o Doutor Karsten Haustein, cientista climático da Universidade de Oxford, o aquecimento global vem apresentando temperatura de aproximadamente 1,2ºC acima da média registrada em períodos pré-industriais, considerando que espaços ainda não analisados dos dados posicionam os valores entre 1,14ºC e 1,17ºC.
O cientista ainda ressaltou ao jornal britânico que, embora a prática das quarentenas e isolamento social em razão da pandemia da COVID-19 tenham servido para aliviar algumas questões climáticas — a China registrou queda nos volumes de poluição, enquanto a poluição sonora reduzida nos mares permitiu avanços na compreensão do comportamento de mamíferos aquáticos —, o problema ainda persiste, e qualquer redução atual é muito mais voltada ao acaso do novo coronavírus do que uma solução permanente.