Apesar das desigualdades, o futebol feminino celebra seu progresso no mundo do futebol
O crescimento da modalidade é inegável; no entanto, a caminhada rumo à igualdade é longa e desafiadora
Por Lívia Bernardes
O futebol feminino avança a passos largos e tem conquistado cada vez mais espaço e visibilidade, ainda que em um terreno marcado por desigualdades em relação ao futebol masculino. Com a expansão da cobertura na TV e na mídia, o esporte atraiu um público mais amplo, engajado e ativo. Os recordes de público e de audiência já foram protagonizados, em comparação com edições anteriores da Copa do Mundo Feminina, comprovando o crescente interesse pelo torneio.
A busca por igualdade no investimento, no salário e na visibilidade do futebol feminino tem ganhado força, impulsionada pelo interesse crescente da mídia e do público.
Da última edição da Copa do Mundo Feminina, em 2019, para a atual, houve mudanças, como, por exemplo, o aumento nas premiações e nos patrocínios. Porém, a disparidade em relação aos homens permanece.
Este ano, a Fifa anunciou um prêmio total de US$ 150 milhões para a Copa do Mundo Feminina de 2023. Embora o valor seja três vezes maior do que na edição de 2019, ainda não se compara aos US$ 440 milhões pagos pela Copa do Mundo Masculina da Fifa 2022. Além disso, o aumento do interesse é perceptível. A TV aberta passou a dar mais visibilidade nos noticiários e nas transmissões. Em 2019, pela primeira vez, a Copa do Mundo Feminina não ficou restrita aos canais fechados. Em 2023, o Grupo Globo faz transmissões tanto na Rede Globo, seu canal aberto, quanto na SporTV, seu canal fechado, e o streamer Casimiro Miguel assumirá a transmissão no seu canal na Twitch, dando maior visibilidade no mundo da internet.
Apesar do progresso, as jogadoras ainda enfrentam desafios significativos. Não importa o idioma, a nacionalidade ou a cultura, todas elas clamam contra o preconceito e a disparidade. A busca por condições de trabalho dignas e profissionalismo ainda é levado em pauta e ignorado. A desigualdade salarial, falta de patrocínio adequado e uma menor cobertura midiática em comparação ao futebol masculino, são algumas das barreiras que persistem no cenário. Muita coisa melhorou, é verdade. Mas o progresso do futebol feminino é cheio de desafios e percorre uma trajetória difícil.
Olhando para o futuro, o futebol feminino continua trilhando um caminho de valorização, ainda que muito desafiador. É de extrema importância a luta por igualdade, dentro e fora das quatro linhas, visando um futuro justo, no qual o futebol feminino seja reconhecido e valorizado.
A Copa do Mundo Feminina de 2023 representa um marco significativo e emblemático nessa jornada de avanço e crescimento do futebol feminino. Com o apoio dos torcedores, da mídia e investimentos, espera-se que o esporte alcance patamares ainda mais elevados de reconhecimento.
À medida que a luta por igualdade continua, a paixão e dedicação das mulheres no futebol se tornam uma fonte poderosa de inspiração para milhões de meninas ao redor do mundo que sonham em se tornar jogadoras. O futebol feminino transcende fronteiras, idiomas, culturas, raças e gêneros; ele une, quebra de paradigmas e inspira paixões.
Com informações de Terra e G1