Ao lado de indígenas Guarani Kaiowá, Sonia Guajajara reafirma direito à terra
O conflito em Douradina, que já dura 24 dias, envolve a disputa por uma área de 12.196 hectares delimitada pela Funai em 2011
Nesta terça-feira (6), a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, visitou a área de retomada em que indígenas Guarani Kaiowá foram baleados por fazendeiros em Douradina, Mato Grosso do Sul. A visita ocorreu quase um mês após o início do confronto, que recentemente resultou em onze feridos, incluindo uma criança.
Durante a visita, Sonia Guajajara enfatizou a necessidade de garantir a segurança dos povos indígenas em suas terras e afirmou que a área em questão não será impactada pelo marco temporal. Ela destacou a importância de levar as demandas dos indígenas tanto ao governo federal quanto ao STF para acelerar a resolução do conflito. “Queremos garantir a segurança dos povos nas suas áreas”, declarou a ministra.
A situação de violência foi agravada no último fim de semana, quando um jovem indígena de 20 anos foi ferido gravemente durante o confronto. A equipe do MPI visitou o jovem, que segue internado em Dourados, com uma munição alojada na cabeça. Sonia Guajajara destacou que a visita também teve como objetivo prestar solidariedade e apoio aos indígenas acampados, que lutam pelo direito territorial.
O conflito em Douradina, que já dura 24 dias, envolve a disputa por uma área de 12.196 hectares delimitada pela Funai em 2011, mas ainda não demarcada devido a processos judiciais. Indígenas reivindicam a área como terra tradicional, enquanto produtores rurais alegam serem os proprietários legais da terra. A escalada de violência e a presença de capangas armados aumentaram a tensão, levando a uma intervenção urgente do governo e das autoridades, mas a solução que foi apresentada, uma mediação realizada pelo Supremo Tribunal Federal, não incluiu todos os representantes indígenas e atropelou processos de consulta, de acordo com as lideranças.