O movimento negro produziu muitos avanços, isso é notório. As novas gerações estão mais engajadas e militantes no que tange às questões raciais, e isso se expande também para as redes sociais, que contam com inúmeros perfis que falam sobre pautas relacionadas à população negra. Todo esse movimento faz com que pessoas pretas se sintam mais confiantes de serem quem são e se orgulhem da sua cor. Não à toa, o número de pessoas que se declaram pretas no Brasil teve um aumento de 3,2% nos últimos 10 anos. Além disso, a representação de negros na comunicação das marcas nas redes aumentou significativamente, passou de 44% para 53% no último ano.

Dados da divisão de Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgados no dia 16 de junho deste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que 10,6% da população brasileira se autodeclara preta; em 2012, esse número era de 7,4%.

Além disso, as pessoas pretas estão aparecendo mais na comunicação das marcas. A 5ª edição do estudo “Diversidade na Comunicação de Marcas em Redes Sociais”, realizado pela plataforma Buzzmonitor, ao lado da consultoria Elife e da agência SA365, mostram que a presença de negros na publicidade passou de 44% para 53% em 2022.

Se antigamente as pessoas pretas sentiam vergonha de dizerem que eram pretas, muitas das vezes chamadas de forma errada de morenas ou mulatas, como se isso fosse “menos ruim”, devido a uma estrutura racista que colocava o negro em um lugar negativo e de menos valor, hoje o cenário é outro. Fala-se sobre beleza negra, pessoas pretas como referência em diversas áreas e lugares de destaque, isso tudo pelo fato de serem excelência na profissão que atuam.

Outro dado muito importante que a pesquisa traz é o orgulho dos nordestinos em dizerem que são pretos. A região Nordeste teve destaque na pesquisa do IBGE: a alta foi de 8,7% para 13,4% no período. Já na região Sudeste, 11,2% da população residente se declarou preta no ano passado, contra 8,2% em 2012.

Perceber que as pessoas pretas estão mais confiantes em declarem sua cor, mostra que estamos caminhando na direção certa, buscando a ascensão coletiva para que os nossos possam ocupar cada vez mais posições importantes na sociedade, para podermos pavimentar lugares menos insalubres para os que estão chegando.

Conheça outros colunistas e suas opiniões!

Márcio Santilli

Guerras e polarização política bloqueiam avanços na conferência do clima

Colunista NINJA

Vitória de Milei: é preciso compor uma nova canção

Márcio Santilli

Ponto de não retorno

Márcio Santilli

‘Caminho do meio’ para a demarcação de Terras Indígenas

Jade Beatriz

A luta pela revogação do novo ensino médio: Um compromisso com a educação de qualidade no Brasil

Dríade Aguiar

Coma chocolate e assista 'Wonka' da mesma forma: sem culpa

NINJA

Estudo revela ameaças climáticas nas favelas da Maré até 2050

Campanha em Defesa do Cerrado

Com aprovação do PL do Veneno, bancada ruralista acelera Eco-Genocídio do Cerrado e seus povos

Bancada Feminista do PSOL

Mulheres Negras e a privatização da SABESP

Renata Souza

Dia da Favela: comemorar a resistência

Mônica Francisco

A discussão sobre o racismo estrutural não pode ficar restrita a três meses

Márcio Santilli

Maduro ameaça Guiana e abre conflito na fronteira com o Brasil

Design Ativista

Imaginar futuros é um ato revolucionário

Colunista NINJA

Males do privatismo

Design Ativista

As urgências do mundo retratadas por mulheres na Bienal de São Paulo