A agência de notícias Alma Preta, lançou na última quarta-feira, dia 9, um manual de redação antirracista para ajudar jornalistas a comunicarem de forma mais assertiva pautas ligadas às questões raciais em suas coberturas diárias. O projeto foi realizado com o apoio do Instituto Ibirapitanga, da Bancada Feminista Municipal e da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo. Ao todo, serão distribuídos mil exemplares.

O evento de lançamento, que aconteceu na sede do Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação no Estado de São Paulo (Siemaco), no centro da cidade, recebeu profissionais de jornalismo, personalidades e representantes de movimentos sociais. O lançamento também teve debates sobre a construção do manual e o antirracismo na área da comunicação. Entre os debatedores esteve presente o jornalista e editor-chefe da Alma Preta, Pedro Borges, o escritor Oswaldo de Camargo, a pesquisadora e diretora-geral do Arquivo Nacional, Ana Flávia Magalhães Pinto, e a deputada estadual Paula Nunes (Bancada Feminista – PSOL).

“É sempre importante dizer que como a gente parte da perspectiva do racismo como elemento de estrutura da sociedade, a Alma Preta se propôs a gerar uma experiência pública e coletiva de construir um manual de redação a partir do nosso conhecimento, e ter comprometimento com o jornalismo plural e democrático. Este é nosso compromisso, fazer um jornalismo que consiga ter respeito aos direitos humanos e à objetividade jornalística. Sabemos que não existe imparcialidade e neutralidade na área jornalística, mas a objetividade e a checagem dos fatos são fundamentais”, ressalta Pedro Borges, jornalista e editor-chefe da agência de notícias.

Foto: Alma Preta

Fruto de três anos de pesquisa e trabalho com pesquisadores, jornalistas e estudantes, o material condensa a visão editorial construída pela Alma Preta ao longo de oito anos de atuação como uma agência de jornalismo especializado. O texto, além de servir como referência interna, cria parâmetros para auxiliar jornalistas e comunicadores na cobertura da temática racial no Brasil.

“O manual é uma referência que a gente tenta colocar para o debate, para fazer uma discussão sobre comunicação, assim como o manual da Folha de São Paulo e dos demais canais de comunicação que se colocam como universal, com uma proposta de guiar o trabalho do jornalista de seu canal e também da sociedade, o nosso está da mesma maneira”, finaliza Borges.

Para ter acesso ao manual, basta enviar um e-mail para [email protected]. Em breve, o material poderá ser acessado em formato PDF.