Por Cley Medeiros

A investigação da Polícia Federal está apurando uma viagem do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, à Bahia, pouco antes do segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Segundo investigadores, a intenção de Torres, que está preso, era interromper o fluxo de eleitores na região para prejudicar a eleição de Lula.

Em outubro de 2022, o blog da Andreia Sadi, no G1,  publicou que Torres havia sido escalado por Bolsonaro para implementar o plano da campanha bolsonarista de uso político da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno das eleições na região Nordeste, majoritariamente pró-Lula.

Neste dia, a PRF, que estava sob o comando de Silvinei Vasques, indicado pela família Bolsonaro, conduziu várias blitzes e parou veículos que transportavam eleitores em todo o país. A maior parte dessas operações, que haviam sido proibidas no dia anterior pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes, ocorreu em estados do Nordeste.

 

 

No primeiro turno, Lula obteve 69,7% dos votos no estado, enquanto Bolsonaro teve apenas 24,3%. Para os investigadores, a presença de Torres na Bahia foi considerada como uma tentativa de pressionar a superintendência regional da PF a favorecer o presidente Bolsonaro com o uso da máquina.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Cidades ‘vermelhas’ foram alvo

Além disso, o fato de a delegada Marília Ferreira Alencar, que elaborou o documento com a lista de cidades onde o efetivo deveria ser reforçado, estar sendo investigada pela PF por suspeita de ter agido para ocultar provas relacionadas aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, aumenta as suspeitas sobre o caso.

As investigações devem continuar para apurar o tamanho e o efeito de irregularidades na atuação de Torres e da PF nas eleições na Bahia.

O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP), afirmou em uma publicação nas redes sociais que são graves os indícios que a investigação apurou até o momento.

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