A convite da Expedição Katerre, fomos até o Rio Negro, Amazonas, conectar saberes e conhecer essa que é uma das regiões míticas e exuberantes das Amazônias brasileiras.

Comigo estiveram muitas memórias de mestres contemporâneos, como o piauiense já encantado Nego Bispo e o indiano Satish Kumar.

Quando a agenda é socioambiental, um dos temas mais debatidos hoje é a economia da floresta em pé: como viver da Amazônia, multiplicando sua abundância em contraponto a noção desenvolvimentista sintética do inferno verde?

Aí entram os filósofos. Nego Bispo cantarolou em meu ouvido o tempo todo que desenvolvimento é sintoma da “cosmofobia social” – medo do sagrado – e que é preciso contra-colonizar esta lógica a partir da noção de envolvimento. Envolvimento com a terra, “os animais, nossos corpos, nossas roças, formas de comer, de construir casas e, sobretudo, de falar e pensar”.

 

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Do mesmo modo, como trabalhar o envolvimento na perspectiva sociobioeconômica? De biointeração? Simplicidade, beleza e economia-ecologia nas leituras de Kumar são caminhos.

Aí vem as histórias que encontrei. Um ecoturismo envolvendo as comunidades, cooperando no (des)envolvimento de arranjos produtivos e criativos. Potencializando experiências de restauração e dando visibilidade ao que de mais rico nossa gente tem e é, de maneira orgânica, junto e com.

Sem dúvidas, em meio a tantas exuberâncias naturais, esse conjunto de esforços são algumas delas. E isso, não é pouco diante daquela mata verde úmida, dos espelhos d’água na superfície das águas negras do Rio, do amanhecer e entardecer cheio de cores, além do conversê interminável da bicharada colorida que canta enquanto o vento sopra depois da chuva.

Gratidão Expedição Katerre e Ruy Carlos Tone e um salve grande por todo o trabalho. Um abraço carinhoso para tod@s com quem partilhamos esses dias.

 

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