Amazônia registra menor taxa de desmatamento em seis anos, aponta Imazon
Apesar da boa notícia, os especialistas do Imazon alertam que o desmatamento no primeiro trimestre de 2024 ainda supera os níveis registrados nos mesmos meses entre 2008 e 2017, com exceção de 2015
A Amazônia Legal apresentou o menor índice de desmatamento no primeiro bimestre de 2024. Os números indicam uma significativa redução, com 196 km² de área desmatada. Isso representa uma impressionante diminuição de 63% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme relatado pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, nesta segunda-feira (18).
A Amazônia Legal abrange uma área vasta, correspondendo a 59% do território brasileiro e incluindo nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão. No ano passado, durante o mesmo período (janeiro e fevereiro), foram devastados 523 km² de floresta, equivalente ao tamanho da capital brasileira, Brasília.
É crucial ressaltar que os dados do Imazon divergem da metodologia utilizada pelo Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), sendo que os satélites empregados pelo Imazon são capazes de detectar áreas devastadas a partir de 1 hectare, enquanto o Deter considera áreas maiores que 3 hectares.
Apesar da boa notícia, os especialistas do Imazon alertam que o desmatamento no primeiro trimestre de 2024 ainda supera os níveis registrados nos mesmos meses entre 2008 e 2017, com exceção de 2015. Durante esse período, a derrubada de florestas permaneceu abaixo de 150 km² em todos os anos, de acordo com o monitoramento por imagens de satélite do instituto.
Os estados que compõem a Amazônia Legal também foram destacados no relatório, com Mato Grosso liderando o desmatamento, seguido por Roraima e Amazonas. Este último teve o desmatamento impulsionado por atividades agropecuárias, enquanto em Roraima houve avanços até mesmo dentro de terras indígenas.
Para ilustrar a magnitude do desmatamento, a área perdida de floresta nos primeiros dois meses de 2024 supera os territórios de três capitais brasileiras: Vitória, Natal e Aracaju.
Em um cenário onde o combate às mudanças climáticas é uma urgência global, alcançar a meta de desmatamento zero até 2030 é crucial. Isso implica em acelerar os processos de demarcação de terras indígenas e quilombolas, além da criação de unidades de conservação, priorizando territórios historicamente menos afetados pelo desmatamento na Amazônia, aponta o Imazon.
*Com informações do G1