A segunda edição do Festival Amazônia Queer será realizada de 18 a 20 de dezembro de 2025, em Alter do Chão, e marca um novo momento para a produção cultural LGBTQIAPN+ da região Norte. Reunindo artistas de diferentes territórios amazônicos, o evento propõe três dias de shows, debates, feira criativa e ações que reafirmam a potência estética e política das expressões queer da Amazônia.

Entre os destaques da programação estão as Suraras do Tapajós, patrimônio vivo da cultura indígena e queer, que já passaram por palcos como o Rock in Rio e a WOMEX 2025; a cantora Raidol, uma das principais expoentes da nova música paraense, indicada na categoria Brega do Ano no Prêmio Multishow 2024 e que se apresentou ao lado da banda The Mönic no The Town 2025; além de AQNO, que lançou neste ano o álbum visual Latino Brega Love, e RAWI, que recentemente esteve em estúdio com Getúlio Abelha e se consolida como um dos grandes representantes da arte queer amazônica em âmbito nacional.

Realizado pelo Selo Alter do Som e selecionado pela Lei Rouanet Norte, com patrocínio do Banco do Brasil, o festival se afirma como um encontro transamazônico que atravessa fronteiras culturais e reposiciona a diversidade LGBTQIAPN+ da Amazônia no debate contemporâneo sobre música, memória e identidade. A edição também marca a expansão do projeto para o formato presencial, após sua estreia online em 2021, fortalecendo articulações entre artistas indígenas, ribeirinhos, urbanos e periféricos.

Para Gabriel Rego Licata, coordenador geral do projeto, o Amazônia Queer nasce como um espaço de fôlego e afirmação para a comunidade:

“O festival é um sopro de vida onde antes havia silêncio. Um território onde nossos corpos, histórias e afetos respiram sem pedir licença. É sobre mostrar ao mundo que a Amazônia também é queer, diversa e profundamente viva.”

RAWI, que integra o lineup e assina a direção artística desta edição, destaca o caráter afetivo e político do festival:

“Queremos criar um lugar de encontro e reconhecimento. Arte, memória e pertencimento se entrelaçam para que a gente se veja, se cure e ocupe esse território do nosso jeito, no coração da floresta.”