
Amazonas funda Fórum de Cultura Negra e marca passo histórico pela equidade racial na Amazônia
Organização nasce durante a 5ª CONAPIR, em Brasília, para valorizar a ancestralidade, fortalecer a articulação de artistas e comunidades negras e ampliar a visibilidade da cultura afro-amazonense
Em um passo histórico para a promoção da equidade racial, o Fórum de Cultura Negra do Amazonas foi fundado oficialmente em Brasília. A criação da organização ocorreu no dia 18 de setembro de 2025, durante uma reunião ampliada da 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CONAPIR), com a presença de diversos participantes do evento.
O Fórum nasce como uma resposta coletiva à invisibilidade e ao silenciamento que, por séculos, encobriram as contribuições de afrodescendentes na sociedade amazonense. Com a missão de valorizar, resgatar e preservar o patrimônio cultural material e imaterial do povo negro no Amazonas, a organização busca combater a negligência histórica e garantir a justa representação da cultura afrodescendente.
Os principais objetivos do Fórum passam por fortalecer a articulação entre diferentes vozes e territórios, criando um espaço de diálogo e intercâmbio entre artistas, intelectuais, pesquisadores, ativistas e comunidades, de modo a unir forças em torno de uma causa comum. Também busca promover a visibilidade das produções artísticas, intelectuais e empreendedoras de afrodescendentes, garantindo que a cultura negra ocupe seu devido espaço em todas as esferas da sociedade.

Outro eixo de atuação é o incentivo à economia criativa, com apoio ao empreendedorismo cultural de matriz africana, reconhecendo-o como instrumento de autonomia, dignidade e desenvolvimento socioeconômico das comunidades negras. Além disso, o Fórum pretende lutar por direitos, incidindo diretamente na formulação e implementação de políticas públicas que assegurem a equidade racial e garantam acesso a recursos destinados à produção e difusão da cultura negra.
A gestora da Casa Coletiva, Michelle Andrews, ressaltou a importância do novo projeto: “nós vamos mostrar o circuito diverso que existe no Amazonas de projetos culturais que valorizam a cultura negra, além disso vamos fazer uma série de formações para que quem compõe o fórum consiga sustentabilidade financeira para seus projetos”.
Para Marcos Moura, do Instituto Ajuri, a criação do fórum é fundamental, pois “o interior do estado acaba ficando sem difusão devida para o resto do Amazonas e precisamos dessa plataforma para nos fortalecer cada vez mais”.
Segundo o documento de fundação, o Fórum é mais do que uma organização, é uma “plataforma de resistência e celebração” e um “farol que ilumina a trajetória de nosso povo”. A iniciativa visa honrar a memória de ancestrais e construir um legado sólido para as futuras gerações.