Alunas do ensino médio revolucionam reconstrução mamária com próteses de aréola
As alunas Júlia Reis Marques, Nicole Borge Fernandes e Patrícia Dário Bertasso desenvolveram a prótese utilizando silicones hipoalergênicos
Estudantes do ensino médio de Rio Claro (SP), criaram uma prótese de aréola para mulheres que passaram por mastectomia devido ao câncer de mama. O projeto, chamado “Afrodite”, visa restaurar a autoestima dessas mulheres ao proporcionar uma reconstrução mais completa da mama. A iniciativa uniu empatia e tecnologia, usando impressão 3D e colaboração de tatuadores para dar realismo às próteses. Estudantes são da Escola Puríssimo Coração de Maria, de acordo com a reportagem exclusiva da EPTV.
As alunas Júlia Reis Marques, Nicole Borge Fernandes e Patrícia Dário Bertasso desenvolveram a prótese utilizando silicones hipoalergênicos, normalmente usados em próteses teatrais, por sua flexibilidade e semelhança com a pele humana. Elas buscaram também aprimorar a impressão 3D para obter um produto com texturas mais realistas e personalizadas, levando em conta a diversidade racial brasileira.
O projeto foi amplamente reconhecido, ficando em segundo lugar na área de saúde da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) e sendo publicado no International Journal of Advanced Engineering Research and Science (IJAERS). Segundo o coordenador pedagógico Huemerson Maceti, a conquista de uma publicação internacional por estudantes do ensino médio é algo raro e significativo para a carreira acadêmica das jovens.
O câncer de mama é o segundo tipo mais comum entre as brasileiras, com uma estimativa de 73.610 novos casos anuais entre 2023 e 2025, de acordo com o INCA. Em cerca de 70% dos casos, as pacientes passam por mastectomia, e muitas relatam dificuldades emocionais ao se olhar no espelho sem a aréola, elemento importante para a percepção de feminilidade. A prótese de aréola surge como uma solução inovadora para ajudar essas mulheres a resgatar sua autoconfiança.
Agora, as estudantes buscam parcerias com universidades ou instituições para viabilizar a produção em larga escala da prótese, que ainda não está disponível comercialmente. O objetivo é que o produto possa ser acessível a todas as mulheres que passaram pela mastectomia, independentemente de sua classe social.