Comando da PM do DF estimulou invasão de golpistas ao Congresso, aponta PGR
Troca de mensagens entre comandante da PM-DF e ex-comandante expõe roteiro do golpe contra eleição de Lula
Troca de mensagens entre comandante da PM-DF e ex-comandante expõe roteiro do golpe contra eleição de Lula
A Procuradoria-Geral da República (PGR) divulgou mensagens comprometedoras entre o atual comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF), Klepter Rosa Gonçalves, e o ex-comandante da PM. As mensagens, que foram trocadas dias antes das eleições, levantam sérias suspeitas sobre planos golpistas e conspirações políticas que poderiam ter afetado o cenário político do país. Klepter foi preso nesta sexta-feira (18).
Nas mensagens compartilhadas na ocasião, Klepter Rosa Gonçalves faz referência direta a um plano que seria colocado em prática caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhasse as eleições.
“Na hora que der o resultado das eleições que o Lula ganhou, vai ser colocado em prática o art. 142”, revela a mensagem. O áudio compartilhado sugere a remoção e proteção de figuras políticas, incluindo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De forma ainda mais alarmante, as mensagens apontam para um possível golpe de Estado em preparação, envolvendo o então presidente Bolsonaro e o Exército.
“O Bolsonaro, ele está preparado com o Exército, com as Forças Armadas, aí, para fazer a mesma coisa que aconteceu em 64”, afirma a mensagem. O autor das mensagens sugere que a população se levantaria em prol de uma intervenção militar para evitar um retorno de Lula ao poder.
A ligação entre essas mensagens e o apagão administrativo e atos de vandalismo ocorridos em janeiro ganha relevância, sugerindo uma possível conexão com um plano mais amplo de instaurar uma intervenção militar.
Segundo a PGR, a troca de mensagens mostra que não houve “apagão de inteligência” na PMDF, como sustentado anteriormente, e que todos os investigados tinham pleno conhecimento do risco de ataque em 8 de Janeiro.