Aline Bei reforça papel da mulher na literatura durante debate na Bienal
Na Bienal, Aline participou, dentre várias atividades, de um debate sobre a figura feminina na literatura, e conversamos sobre como a mulher figura nele também como protagonista dos processos e não apenas como personagem do livro.
Aline Bei é escritora e autora de “O peso do pássaro morto” e de “Pequena Coreografia do adeus”, lançado pela Companhia das Letras. Em seus dois livros, as personagens principais são mulheres. Ambas passam por momentos de dor, perdas, falta de afeto e abandono, mas em intensidades e experiências diferentes. Ao longo da narrativa, vai se percebendo a maneira como cada uma lida com essas dores. Tais histórias geram identificação nas leitoras, refletindo em suas páginas perdas e dores que todas tem, e como é necessário acolher esses sentimentos. É possível dizer, inclusive, que a falta de acolhimento gera diversas situações que poderiam ser diferentes na vida das personagens de seus livros.
Na Bienal, Aline participou, dentre várias atividades, de um debate sobre a figura feminina na literatura, e conversamos sobre como a mulher figura nele também como protagonista dos processos e não apenas como personagem do livro.
Para Aline, as mulheres estão bem posicionadas no universo literário. “Como leitoras sempre estivemos em número maior, as mulheres sempre leram mais, os clubes de leitura sempre são cuidados, mediados por mulheres, temos uma política maior de ler mulheres também e sinto também que estamos cada vez mais sendo editadas e publicadas por mulheres. E eu acho que essa troca é muito rica, muito potente. Mas eu acho que temos que aumentar o número de mulheres sendo publicadas, nesse acolhimento desses trabalhos que estão sendo pensados e feitos por mulheres”, disse a autora que tem seus dois livros editados por mulheres.
Para ela, ter escritoras novas participando da Bienal é importante porque gera uma troca rica com autores mais velhos. Em “Pequena coreografia do adeus” vemos como nossas relações nos moldam e nos torna quem somos. Se ver nas páginas e fora delas fortalece e inspira através das experiências. Quantas Júlias estão em busca de se lançar na vida e podem, depois de uma conversa com uma autora numa Bienal, encontrar seu caminho?