Uma investigação da Polícia Civil de São Paulo revelou um esquema envolvendo antigos aliados do presidente nacional do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) e articuladores informais da legenda de Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de São Paulo. Tarcísio Escobar de Almeida, ex-presidente estadual do PRTB, e seu sócio Júlio César Pereira, conhecido como “Gordão”, são acusados de trocar carros de luxo por cocaína para o Primeiro Comando da Capital (PCC), financiando o tráfico de drogas e dividindo os lucros obtidos com a venda dos entorpecentes.

As investigações começaram em 2020, quando a polícia apreendeu drogas, uma arma, e um pendrive na posse de Francisco Chagas de Sousa, conhecido como “Coringa”, apontado como um intermediário no esquema. Conversas telefônicas interceptadas revelaram que Coringa utilizava automóveis fornecidos por Escobar e Gordão para pagar pela droga no Paraná, que depois era distribuída em larga escala em São Paulo e na Paraíba. O lucro era dividido entre os três envolvidos.

Tarcísio Escobar, apesar de ter ocupado a presidência estadual do PRTB por apenas três dias, continuou participando de eventos e reuniões partidárias após seu afastamento, inclusive ao lado de Pablo Marçal. A relação entre Escobar e o presidente nacional do PRTB, Leonardo Alves Araújo, o “Leonardo Avalanche”, deteriorou-se após as denúncias, com Avalanche alegando ter rompido com Escobar após as primeiras reportagens do Estadão. Marçal, por sua vez, afirmou nas redes sociais que não pede “certidão negativa de ninguém”.

Além do tráfico de drogas, a investigação apontou o envolvimento de Escobar e Gordão em outros crimes, como a venda irregular de lotes de terreno e o controle de membros do PCC em diferentes regiões de São Paulo, incluindo a Baixada Santista e Mogi das Cruzes. Em conversas recuperadas pela polícia, os dois são ouvidos discutindo punições a membros da facção e possíveis acertos com policiais.

*Com informações de O Globo