Aliado de Arthur Lira é alvo de busca e apreensão em Alagoas
Investigação mira desvios de recursos de kits de robótica
Resumo
- A investigação em curso revela um suposto esquema de desvio de recursos públicos por meio de contratos de kits de robótica, com envolvimento de pessoas próximas ao presidente da Câmara dos Deputados. Busca foi na casa de Luciano Cavalcante, aliado de primeira hora de Arthur Lira.
A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Luciano Cavalcante, um dos principais auxiliares do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Luciano, lotado na Liderança do Partido Progressista na Câmara, é conhecido por ser uma pessoa de extrema confiança de Lira. A operação também envolve a esposa de Luciano, Glaucia, que já foi assessora de Lira. As informações são da Folha de S. Paulo.
A investigação da Polícia Federal está relacionada a um esquema de desvio de recursos em contratos de kits de robótica financiados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A aquisição desses kits foi revelada pela Folha de S.Paulo em 2022. Suspeita-se que Luciano e Glaucia tenham sido beneficiários de valores desviados desses contratos, que contaram com dinheiro de emendas do relator.
As autoridades chegaram a Luciano Cavalcante e Glaucia por meio da análise das movimentações financeiras da empresa Megalic, vencedora de licitações para a venda dos kits de robótica. Essa empresa é relacionada a um aliado de Lira. A investigação identificou movimentações financeiras suspeitas para pessoas e empresas sem capacidade econômica e sem relação com o ramo de fornecimento de equipamentos de robótica, o que sugere ocultação de bens e valores.
A Megalic é registrada em nome de Roberta Lins Costa Melo e Edmundo Catunda, pai do vereador João Catunda. A proximidade do vereador e de seu pai com Arthur Lira é conhecida publicamente, de acordo com a Folha.
A Polícia Federal realizou 26 mandados de busca e apreensão e 2 de prisão temporária. Os crimes investigados teriam ocorrido entre 2019 e 2022, envolvendo contratos em 43 municípios de Alagoas.