Por Pedro Madeira

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, confirmou nesta quinta-feira (20) que a Alemanha vai investir €1 bilhão no Fundo de Florestas Tropicais (TFF), mecanismo internacional criado por iniciativa do Brasil para financiar ações de proteção florestal e combate à crise climática.

O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Marina destacou que o aporte fortalece a arquitetura de financiamento climático proposta pelo Brasil e reforça a agenda de adaptação e mitigação.

“O tema da adaptação e mitigação é complexo, mas o presidente tem apresentado caminhos e rotas para nossa diplomacia avançar. Temos muito chão pela frente para construir consensos”, afirmou.

Apesar do anúncio da ministra, Lula por sua vez não apresentou novas decisões sobre os temas que travam as negociações da COP30 — como financiamento, adaptação e transição energética.

O presidente, no entanto, voltou a defender que a conferência deixe Belém com um “mapa do caminho” para reduzir a dependência global dos combustíveis fósseis. “Cuidar do clima é saber que os países ricos precisam ajudar os países pobres”, disse, ao reiterar a necessidade de ampliar o financiamento climático.

Lula também citou a participação popular na COP30, contrastando o ambiente de Belém com reuniões do G20 na Europa, que descreveu como “cercadas de arame farpado”. O presidente alfinetou ainda o chanceler alemão, Friedrich Merz, após críticas públicas dirigidas à capital paraense.

“Desde o início eu não tinha dúvida de que faríamos a melhor COP de todas as COPs. Hoje, tenho certeza de que Berlim conhece Belém”, afirmou.

Ele também exaltou o impacto simbólico de realizar a conferência na Amazônia:

“Era muito importante mostrar a Amazônia como ela é, na cabeça dos povos do mundo inteiro. Tenho certeza de que hoje as pessoas conhecem não apenas Belém onde nasceu Jesus Cristo, mas Belém do Pará”, disse.

Lula encerrou destacando o protagonismo indígena na conferência: “Estou feliz porque, pela primeira vez na história das COPs, 3.500 indígenas participaram.”