AGU manda investigar Alexandre Garcia por campanha de desinformação sobre chuvas no RS
O Rio Grande do Sul enfrenta as consequências devastadoras de uma crise climática, com 46 mortos, 46 desaparecidos, 4.794 desabrigados e 20.490 desalojados
Em meio a pior tragédia climática recente no Rio Grande do Sul, o jornalista Alexandre Garcia compartilhou notícias falsas associando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelas mortes provocadas na passagem do ciclone extra-tropical que atinge o Sul do país desde a última segunda-feira (4). No programa “Oeste Sem Filtro”, da Revista Oeste, ao ar na sexta-feira (8), Garcia disse que era “preciso investigar, porque não foi só a chuva” que causou enchentes no Rio Grande do Sul e a morte de pelo menos 46 pessoas.
“No governo petista foram construídas, ao contrário do que recomendavam as medições ambientais, três represas pequenas, que aparentemente abriram as comportas ao mesmo tempo. Isso causou uma enxurrada”, afirmou Garcia.
O Advogado-Geral da União, Jorge Messias, anunciou que vai acionar a Procuradoria da Defesa da Democracia contra o bolsonarista. “É inaceitável que, nesse momento de profunda dor, tenhamos que lidar com informações falsas”, escreveu o ministro no X (antigo Twitter).
Garcia foi demitido da CNN Brasil após defender publicamente o uso do tratamento precoce com cloroquina e invermectina para pacientes com Covid-19. Após uma série de embates com apresentadores, Garcia foi demitido por sua defesa da tese bolsonarista.
O Rio Grande do Sul enfrenta as consequências devastadoras de uma crise climática, com 46 mortos, 46 desaparecidos, 4.794 desabrigados e 20.490 desalojados, conforme informações da Defesa Civil gaúcha. O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, visitou a região afetada e anunciou a alocação de R$ 741 milhões em recursos para as cidades atingidas, em nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que estava em viagem à Índia para assumir a presidência rotativa do G20.