Proprietários de uma fazenda em Corumbá (MS) foram multados em R$ 100 milhões pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) após um incêndio de grandes proporções originado em sua propriedade devastar cerca de 333 mil hectares do Pantanal. A área queimada equivale a duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo e é a maior extensão destruída por fogo proveniente de uma única fazenda este ano no bioma.

O incêndio, que afetou 135 imóveis rurais, teve início em junho e levou 110 dias para ser controlado por uma força-tarefa. Segundo o Ibama, a vegetação nativa típica do Pantanal foi atingida, causando danos ambientais severos, como a morte de animais silvestres e a redução de seus recursos alimentares. A área foi embargada pelo órgão ambiental para garantir sua regeneração natural.

Impacto ambiental e poluição

Além dos danos à fauna e flora, a fumaça gerada pelo incêndio contribuiu para o aumento da poluição do ar em diversas cidades brasileiras. O material particulado, gases tóxicos e compostos orgânicos liberados potencializaram o efeito estufa e aumentaram os riscos à saúde humana. O número de focos de incêndio no Pantanal em 2024 já ultrapassa 11 mil, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), antecipando a temporada de fogo, que trouxe cenas devastadoras como as de animais carbonizados, repetindo a tragédia de 2020.

Endurecimento de penas

Como resposta à gravidade dos incêndios, o Ministério da Justiça e Segurança Pública encaminhou à Casa Civil uma proposta para endurecer as penas para quem causar queimadas. O novo projeto de lei sugere que a pena básica seja ampliada de três a seis anos de prisão, podendo chegar a 18 anos em casos mais graves, além de multa.