Afrodisíacos e orgasmo: entre ciência e crença popular
Desde tempos imemoriais, a humanidade busca
ingredientes que despertem desejos e
favoreçam o prazer.
Por Leila Monnerat
Os alimentos afrodisíacos têm sido celebrados por diversas culturas ao longo da história e citados como potentes estimulantes da libido. No entanto, a ciência nem sempre comprova, levantando questões sobre o que realmente funciona e o que é apenas crença popular. Alguns dos alimentos supostamente afrodisíacos possuem compostos que poderiam colaborar para a síntese de hormônios sexuais, aumentar a frequência cardíaca, elevar a temperatura corporal, provocar vasodilatação ou favorecer a sensação de relaxamento e bem-estar, por exemplo. Daí a sua possível associação ao desejo e ao orgasmo, inclusive.
A lista de alimentos afrodisíacos é longa: amendoim, açaí, aveia, banana, beterraba, canela, chocolate, figo, gengibre, guaraná, morango, oleaginosas (nozes, castanhas, amêndoas), pimentas, romã, semente de abóbora, uva… O que muitos desses ingredientes podem ter em comum é a presença de certos aminoácidos (como triptofano e a l-arginina), ácidos graxos, minerais, antioxidantes e potentes vasodilatadores, por exemplo, que explicariam seus benefícios. No entanto, nem todos os alimentos considerados afrodisíacos têm base científica sólida.
O orgasmo é um mecanismo complexo. Sistema cardiovascular, neurotransmissores e hormônios sexuais, além de fatores psicológicos e emocionais, estão envolvidos no contexto que permite o corpo humano chegar ao clímax. Ignorar essa multiplicidade de fatores é receita certa para a frustração. Por isso, não pense que tudo é uma pílula milagrosa: os benefícios, incluindo melhora da libido e do desempenho sexual, são obtidos pelo seu conjunto: dieta equilibrada associada a hábitos saudáveis, incluindo sono de qualidade, atividade física e boa hidratação.
Muitos dos supostos benefícios dos afrodisíacos podem ser “efeito placebo”, onde a crença no poder do alimento é suficiente para gerar uma resposta positiva. Além disso, o ambiente e o estado emocional desempenham um papel crucial na experiência sexual. Consumir esses alimentos em um contexto envolvente pode ser suficiente para criar uma experiência inesquecível… Para além dos alimentos em si está a conexão que eles podem proporcionar entre as pessoas.
Qual o seu afrodisíaco favorito?