Advogada quilombola é eleita uma das 20 mulheres de maior sucesso no país em 2022
Vercilene Francisco Dias integra a lista da Forbes 2022, sendo a primeira mulher quilombola a receber um título de mestra em Direito no Brasil
Vercilene Francisco Dias, coordenadora do departamento jurídico da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos – CONAQ, é de Cavalcante (GO) e integra a lista da Forbes 2022 sendo a primeira mulher quilombola a receber um título de mestra em Direito no Brasil.
A advogada nasceu na comunidade Kalunga, maior território quilombola do Brasil, localizado no norte da Chapada dos Veadeiros. Segunda filha de 13 irmãos, percorreu uma difícil infância. Aos 6 anos, saiu da casa dos pais e foi para outro território Kalunga para poder estudar. Ainda criança, trabalhou como doméstica em troca de comida e direito ao estudo. Aos 17, entrou no curso de direito da Universidade Federal de Goiás (UFG). Hoje possui 31 anos e é mestra em Direito Agrário.
Sua dissertação, intitulada “Terra versus Território: Uma Análise Jurídica dos Conflitos Agrários Internos na Comunidade Quilombola Kalunga de Goiás”, a pesquisadora abordou a regularização fundiária na comunidade Quilombola Kalunga, localizada nos municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre. O intuito foi analisar a relação de discrepância entre a compreensão original de território por parte do povo quilombola e aquela dada pelo Estado, conforme apontou o jornal da UFG.
Ela foi aprovada no curso de Direito da Universidade Federal de Goiás em 2011 por meio do programa UFG Inclui. Foi a primeira mulher quilombola aprovada no exame da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Goiás (OAB-GO). Ao jornal da UFG, ela disse: “um dos momentos mais felizes foi quando minha irmã, que não sabia ler, soletrou meu nome na lista de aprovados para a UFG”.
No ano passado, uma peça (ADPF) escrita por Vercilene e encaminhada ao STF com o intuito de cessar as omissões e violações por parte do governo federal em relação à vacinação de quilombolas contra a Covid-19 no Brasil foi reconhecida pelo ministro Edson Faccin.
Com informações do jornal da UFG / Secom