Ação Educativa promove aula aberta sobre a atuação política de travestis negras
A atividade, gratuita mediante inscrição online, será conduzida por Ana Flor Fernandes, mestranda em Educação na USP, e tem como intuito principal, promover um espaço para discussão sobre o tema.
No dia 21 de agosto, às 19h, a Ação Educativa realizará uma aula aberta gratuita que discutirá o papel das travestis negras na política institucional brasileira. A atividade, intitulada “Travestis negras e atuação política: uma resposta às ofensivas ultraconservadoras”, será conduzida por Ana Flor Fernandes, mestranda em Educação na USP, e abordará, sob uma perspectiva transfeminista, as estratégias de inserção e atuação dessas mulheres nos âmbitos municipal, estadual e federal.
Essa aula aberta, promovida pelo Centro de Formação em parceria com o Centro de Eventos, responsável pelo Espaço Cultural Periferia no Centro, da Ação Educativa, reflete a relação construída com a população LGBTQIAPN+ e reforça o compromisso com a defesa dos direitos dessa comunidade. O Centro de Formação tem oferecido cursos voltados para aspectos que permeiam a vida do público LGBTQIAPN+, enquanto o Centro de Eventos, por meio de um edital permanente, prioriza atividades desenvolvidas por pessoas LGBTQIAPN+. No contexto das eleições municipais, essa aula adquire ainda mais relevância, destacando a importância da participação política desse grupo.
Vale destacar que, nos últimos anos, o número de candidaturas de pessoas trans aumentou significativamente. Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), foram mapeadas 76 candidaturas de pessoas trans nas eleições de 2022 — registrando um novo recorde. Esse número representa um aumento de 44% em relação a 2018, quando houveram 53 candidaturas. Erika Hilton, por exemplo, esteve entre as 10 deputadas mais votadas de São Paulo, além de ter sido eleita a segunda melhor deputada no Brasil pelo prêmio Congresso em Foco.
Embora esse aumento seja significativo, ainda revela que a representatividade de travestis negras na política brasileira corresponde a uma proporção pequena. Esse fato evidencia a necessidade de espaços de formação que abordem temas relacionados à inclusão e participação política dessas mulheres, enfrentando assim as ofensivas ultraconservadoras que buscam marginalizar ainda mais essa população.
“O objetivo da aula é refletir sobre como essas candidaturas disputam narrativas e se colocam como um marco importante na luta contra o ultraconservadorismo”, ressalta Ana Flor Fernandes é pedagoga, mestranda em Educação pela USP e especialista em gênero, sexualidades, educação e racialidades.
A aula acontecerá no Espaço Cultural Periferia do Centro, sede da Ação Educativa, localizada na Rua General Jardim, 660, Vila Buarque, São Paulo-SP. As inscrições são limitadas a 35 vagas, com possibilidade de lista de espera.
Sobre Ana Flor Fernandes
Ana Flor Fernandes é pedagoga, mestranda em Educação pela USP e especialista em gênero, sexualidades, educação e racialidades. Além de ser membro de importantes grupos de pesquisa, como o GEPFE-UFPE e o NUCH-UFPE, Ana possui mais de sete anos de experiência como professora e atua como analista de ações afirmativas no IDBR.