Acampamento Bondade resiste a ameaça de despejo da Usina União, Amaraji em Pernambuco
Trabalhadores passam dia e noite em vigília à espera de uma resolução em meio ao conflito fundiário com usineiros do Engenho Bonfim, no Pernambuco.
Enquanto aguardam resposta sobre pedido de suspensão de despejo do Acampamento Bondade, centenas de trabalhadores Sem Terra passam dia e noite em vigília à espera de uma resolução em meio ao conflito fundiário com usineiros do Engenho Bonfim – onde está localizada à Usina União.
Além de uma saída pacífica para o conflito, os(as) agricultores(as) acampados(as) reivindicam alternativa digna para as famílias, que não se resuma na simples violação de seus direitos básicos, com à execução do despejo em plena pandemia.
As famílias denunciam que além das tentativas de despejo feitas pela polícia, estão constantemente sendo assediadas por intimidações e ameaças por conta de jagunços pagos pela usina.
Os acampados são, em sua maioria, ex-trabalhadores explorados pela própria usina e que nunca foram indenizados. Os mesmos, mantêm sua subsistência do roçado que tem no Acampamento Bondade com a plantação de macaxeira, milho, coco, banana, entre outros alimentos produzidos na área.
Apesar do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe) afirmarem que continuam abertos para mediação do conflito, não foi apresentada nenhuma alternativa senão a desapropriação das famílias.
Em 2010, o próprio Ministério Público de Pernambuco denunciou à Justiça Federal quatro responsáveis pela Usina União Indústria – Ilvo Monteiro de Meirelles, Carlos Henrique Alves, José Alexandre de Meirelles e Jair Furtado de Meirelles Neto – acusados de submeter trabalhadores ligados às atividades de corte, carregamento e transporte da cana-de-açúcar da usina, a condições degradantes de trabalho, bem como a jornadas exaustivas – análogas ao trabalho escravo.