Abrindo o calendário do audiovisual brasileiro, a 28ª Mostra de Tiradentes começa nesta sexta-feira (24)
Evento vai até 1º de fevereiro, com programação abrangente e gratuita, pré-estreias e mostras temáticas, debates, rodas de conversa, shows, e muito mais
A 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes acontece entre os dias 24 de janeiro e 1º de fevereiro na cidade histórica mineira, apresentando ao público a diversidade da produção cinematográfica brasileira em 140 filmes de todas as regiões do Brasil – 43 longas, 1 média e 96 curtas-metragens vindos de 21 estados.
“A Mostra Tiradentes transforma a cidade histórica mineira na capital do cinema brasileiro, reafirma seu papel como plataforma de lançamento do cinema brasileiro contemporâneo e ponto de encontro de cineastas, críticos, pesquisadores, profissionais do audiovisual e da cultura, acadêmicos, estudantes e espectadores. Ocupa lugar de destaque no centro da história do audiovisual e no circuito de festivais realizados no Brasil e oferece um ambiente de negócios, de gestação de parcerias profissionais, de inovação e tendências, de interação crítica no cinema. Um espaço de estímulo à novas produções e, ainda de internacionalização do cinema brasileiro”, destaca Raquel Hallak, diretora da Universo Produção e coordenadora geral da Mostra Tiradentes.
A abertura da 28ª Mostra Tiradentes acontece nesta sexta-feira (24), às 20h30, no Cine-Tenda, com a pré-estreia mundial de “Girassol Vermelho”, novo longa-metragem do diretor mineiro Éder Santos, extensão de um de seus trabalhos mais aclamados que se tornou uma ficção protagonizada por um elenco estrelado, formado por Daniel de Oliveira, Chico Diaz e Bárbara Paz.
No dia seguinte, às 10h, tem início o 28º Seminário do Cinema Brasileiro com a mesa inaugural apresentando a temática desta edição “Que cinema é esse?”, sob a perspectiva dos curadores Camila Vieira, curadora de curta, e Francis Vogner dos Reis, coordenador curatorial, programador e curador de longas.
Tiradentes se tornou referência por programar um cinema que aposta no processo criativo, na liberdade de expressão e na imaginação de novos mundos. O desafio da temática “Que cinema é esse?” é o de indagar o ponto em que essa produção está agora. “É preciso que o cinema brasileiro se arrisque a fazer perguntas novas, se arrisque a sair do já conhecido, seja na criação dos filmes, na elaboração das políticas públicas e estruturais do setor, na eleição de nossas prioridades, na nossa própria linguagem no debate público e no forjamento das novas ideias”, destaca Francis Vogner dos Reis, coordenador curatorial.
Além de se espalhar por vários filmes da programação, a temática estará presente em dois títulos específicos: os longas-metragens “Relâmpagos de Críticas, Murmúrios de Metafísicas”, de Julio Bressane e Rodrigo Lima, e “Odradek”, de Guilherme de Almeida Prado.
Os 140 filmes em Tiradentes, entre curtas e longas, estarão distribuídos nas seguintes mostras: Olhos Livres, Aurora, Homenagem, Autorias, Temática, Vertentes, Clássicos de Tiradentes, Praça, Foco, Formação, Panorama, Jovem, Valores, CineEmbraturLab, Debate, Território Mineiro e Conexão BCM. Para ampliar a experiência, vários títulos ou conjunto de títulos contarão com debates nos Encontros com os Filmes, no Cine-Teatro, na presença de diretores, equipes de produção e convidados especiais.
A Mostra Olhos Livres passa a ser avaliada pelo Júri Oficial, enquanto a Mostra Aurora será avaliada pelo Júri Jovem com sessões no fim da tarde. Além disso, a Aurora agora passa a contar com filmes exclusivamente de cineastas em seu primeiro longa-metragem. A decisão reflete mudanças observadas no panorama do cinema independente ao longo dos últimos anos. Quando a Aurora foi criada pelo curador Cléber Eduardo em 2008, o cenário da produção independente, de baixo ou baixíssimo orçamento, ainda estava se consolidando e buscava identidades. Com o tempo, esse campo ganhou forma e maturidade e modificou as trajetórias de seus realizadores. Os filmes selecionados para a Olhos Livres em 2025 são “Prédio Vazio” (ES), de Rodrigo Aragão; “A Primavera” (PE), de Daniel Aragão e Sergio Bivar; “Deuses da Peste” (SP/MG), de Gabriela Luíza e Tiago Mata Machado; “O Mundo dos Mortos” (RJ), de Pedro Tavares; “As Muitas Mortes de Antônio Parreiras” (RJ e CE), de Lucas Parente; “A Vida Secreta de Meus Três Homens” (PE), de Letícia Simões; e “Batguano Returns – Roben na Estrada” (PB), de Tavinho Teixeira e Frederico Benevides.
Em sua 18ª versão, a Aurora é espaço exclusivo de primeiros longas-metragens. Com isso, a curadoria preserva o conceito original do recorte, que é o de apontar e descobrir realizadores em trabalhos iniciais na direção e os rumos do cinema contemporâneo brasileiros. Os títulos serão avaliados pelo Júri Jovem. Os selecionados para esta primeira edição da nova fase da Aurora são “Margeado” (ES), de Diego Zon; “Um Minuto é uma Eternidade para Quem está Sofrendo” (SE), de Fábio Rogério e Wesley Pereira de Castro; “Nem Deus é tão Justo quanto seus Jeans” (SP), de Sergio Silva; “Kickflip” (SP), de Lucca Filippin; “Cartografia das Ondas” (RJ), de Heloisa Machado; e “Resumo da Ópera” (CE), de Honório Félix e Breno de Lacerda.
O filme de encerramento, na noite de 1º de fevereiro, será “Suçuarana” (MG), mais recente projeto da produtora mineira Anavilhana Filmes, é a primeira direção compartilhada de Clarissa Campolina e Sérgio Borges no formato de longa-metragem.
Homenagem
Este ano, a Mostra homenageia o trabalho da atriz Bruna Linzmeyer, reconhecida por sua versatilidade e coragem em papéis marcantes e por sua contribuição ao cinema e ao ativismo de causas sociais e culturais. Uma retrospectiva de alguns de seus trabalhos consta na programação e inclui os filmes “O Vento Frio que a Chuva Traz”, Neville d’Almeida; “Cidade; Campo” (2024), Juliana Rojas; “Baby” (2024), Marcelo Caetano; “Notícia Populares (episódio 6)”, Marcelo Caetano; “Uma Paciência Selvagem me Trouxe até Aqui” (2021), Éri Sarmet; “Se Eu to Aqui é por Mistério” (2024), Clari Ribeiro; “Medusa” (2021), Anita Rocha da Silveira; “O Filme da Minha Vida” (2017), Selton Mello; “O Grande Circo Místico” (2018), Cacá Diegues; e “Alfazema” (2019), Sabrina Fidalgo.
3º Fórum de Tiradentes
Iniciativa de sucesso e vanguarda, o Fórum de Tiradentes – Encontros pelo Audiovisual Brasileiro realiza sua terceira edição e segue como ponto de encontro para diversos segmentos do audiovisual brasileiro na busca por diagnóstico dos pontos críticos da atividade. São mais de 50 profissionais em cinco grupos de trabalho – formação, produção, exibição/difusão, distribuição e circulação e preservação, para esboçar recomendações específicas e transversais, adotando por premissas orientadas os eixos: descentralização, diversidade, democracia, desenvolvimento econômico e social.
O objetivo é contribuir para a construção de uma percepção mais ampla das questões a serem enfrentadas, de forma a contemplar o conjunto de aspectos econômicos, sociais e culturais inscritos na atividade audiovisual, tendo por atenção prioritária o fortalecimento do ecossistema audiovisual, das cadeias produtivas regionais e assegurando a diversidade de expressão.
Programação online
Diversos títulos da 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes integrarão a programação online do evento, que vai reunir títulos, alguns exibidos apenas neste formato, na plataforma do evento. A seleção inclui títulos da Mostra Panorama e da Mostra Homenagem e serão disponibilizados para visualização entre os dias 24 de janeiro e 1 de fevereiro, simultaneamente à realização da programação presencial da Mostra na cidade mineira. Também um recorte especial da Mostra estará disponível na plataforma Itaú Cultural Play, do dia 3 ao dia 16 de fevereiro.
Saiba mais detalhes sobre toda a sua programação no site oficial do evento.