A rainha dos mares bravios: Como Ana Marcela Cunha chega aos jogos de Paris?
Após a inédita medalha em Tóquio, Ana Marcela Cunha vai a Paris em busca do bicampeonato olímpico nos 10 quilômetros da maratona aquática.
Por Daniel Santana, para Cobertura Colaborativa Paris 2024
Após a inédita medalha em Tóquio, Ana Marcela Cunha vai a Paris em busca do bicampeonato olímpico nos 10 quilômetros da maratona aquática. O ciclo até as águas francesas faz a missão da desbravadora de mares bravos tornar esse sonho possível.
A preparação foi realizada em um período menor, já que os últimos jogos foram em 2021 por conta da pandemia. A baiana que é sete vezes campeã mundial, conquistou feitos expressivos nesses três anos de preparação como:
- Dois ouros no Mundial (Budapeste 2022 – 5km e 25km);
- Ouro nos Jogos Sul-americanos (Assunção 2022);
- Prata nos Jogos Pan-americanos (Santiago 2023);
- Três bronzes em Mundiais (Budapeste 2022 – 10km, Fukuoka 2023 – 5km e Doha 2024 – 5km).
Os resultados colocaram Ana como uma das melhores do mundo, sendo referência na modalidade. Logo, uma atleta a ser batida.
O ciclo também ficou marcado por uma cirurgia no ombro no final de 2022, situação que não foi capaz de parar Ana, já que após a recuperação, ela medalhou nos Jogos Pan-americanos de Santiago no ano seguinte.
Além disso, a “pitbull”, se apegando na fé e na superstição, usará em Paris o mesmo número que competiu em Tóquio, o 8, o que pode ser um bom sinal de mais um grande resultado.
Em entrevista para o Comitê Olímpico Brasileiro após a vitória nos jogos de Tóquio, ela destacou o quão importante foi a questão da persistência para chegar às conquistas, algo que será fundamental para um novo ouro em Paris: “Precisamos aprender com isso, ser resiliente, continuar acreditando que é possível. E foi isso que eu fiz ao longo dos anos. Sempre acreditei, nunca deixei de persistir, o resultado uma hora tinha que vir”.
Mas, talvez o maior desafio dela não seja nenhuma das adversárias, mas sim, as águas do Sena.
Nesta terça-feira (6), o treino de familiarização do percurso foi adiado por conta dos níveis de poluição do rio, que talvez seja a grande polêmica dos jogos. Atletas que competiram provas do triatlo, relataram problemas de saúde após as competições.
Ainda há dúvidas sobre a realização da prova no Sena na quinta (8), podendo até acontecer a mudança para o complexo onde vem acontecendo as provas de canoagem.
Mas, independentemente das condições e de onde seja, nossa “pitbull” com certeza chegará para brigar forte pela conquista. Afinal de contas, a rainha das águas abertas não entra no mar pra perder.