Anny Caroline e Rafael Lisboa

Por Anny Caroline e Rafael Lisboa, para Cobertura Colaborativa Paris 2024

Na busca de audiência e visibilidade, a transmissão televisiva e a enorme cobertura midiática que ocorrem nos Jogos Olímpicos desempenham um papel fundamental na popularização de diversos esportes, garantindo que milhões de espectadores ao redor do mundo sejam apresentados a uma grande variedade. Esse aumento na visibilidade não apenas inspira novos praticantes, mas também permite que espectadores de diferentes lugares acompanhem e se apaixonem por esportes que podem não ser amplamente praticados em suas próprias culturas. 

Além disso, a inclusão de novos esportes no programa olímpico é uma estratégia do Comitê Olímpico Internacional (COI) para atrair o público jovem, aumentando consequentemente a popularidade dos esportes, pois este evento global serve como uma vitrine para todo o mundo. Cada nova modalidade que integra a competição estimula a curiosidade do público em entender sua origem, regras e dinâmicas. Um grande exemplo foi a inclusão do skate e do surfe nas edições mais recentes dos Jogos Olímpicos, que atraiu o público mais jovem, como previsto, e foram sucesso de audiência.

Forma do bom aproveitamento de uma linguagem mais jovem, a CazéTV, canal comandado por Casimiro Miguel junto a Live Mode, transmite pela primeira vez uma edição de Jogos Olímpicos pelo YouTube para o Brasil, unindo jornalismo com entretenimento. Formando uma equipe de jornalistas, influenciadores e ex-atletas para garantir que o espectador acompanhe podendo se divertir, mas que saia com o conhecimento da modalidade, com a informação garantida.

Em um ambiente diferente, a CazéTV realiza, desde o Pan-Americano de Santiago, em 2023, campanhas em massa para seguir os atletas brasileiros olímpicos no Instagram, para serem conhecidos e mais valorizados pela sua nação. Beatriz Souza, medalhista de ouro no judô, saiu da casa de 200 mil para três milhões de seguidores, após o “mutirão” feito pelo canal. 

Foto: Reprodução/Instagram

Bronze por equipes, mas ouro no engajamento! Nossas ginastas brasileiras também ampliaram o número de seguidores após mutirões. Júlia Soares, depois da medalha de bronze na prova de equipes, passou de 2 milhões na rede, surpreendida com isso. Com sucesso dentro e fora do tablado, o aumento de seguidores e reconhecimento no país para as atletas podem ajudá-las a conseguir patrocínio e manter suas carreiras por um maior tempo.

Ainda sob a perspectiva digital, as Olimpíadas de Tóquio 2020, realizadas em 2021, foram um marco nesse quesito. Devido à pandemia, a internet se tornou a principal forma de comunicação, o que revolucionou a relação entre a competição global e a criação de conteúdo. Por meio de vídeos, memes, fotos, tweets, a apresentação a uma nova forma de viver e interagir com os Jogos Olímpicos. 

Outro grande papel desempenhado pelas plataformas de mídias sociais é na disseminação de momentos icônicos, entrevistas e bastidores dos eventos esportivos, permitindo que os espectadores se sintam conectados à ação, mesmo que de longe. Além disso, atletas também utilizam essas ferramentas para se comunicarem diretamente com seus seguidores. Nos últimos anos, o TikTok emergiu como uma das plataformas de mídia social mais populares do mundo, especialmente entre os jovens. Nesse contexto, os atletas têm se tornado criadores de conteúdo, compartilhando suas rotinas, experiências na Vila Olímpica e celebrações de vitórias diretamente com seus seguidores. Isso não só humaniza os competidores, aproximando-os do público, mas também aumenta o engajamento e a visibilidade das Olimpíadas. Veja alguns exemplos:

Vídeo: Reprodução/TikTok
Vídeo: Reprodução/TikTok
Vídeo: Reprodução/TikTok

Para a rede social, Maíra Carvalho, diretora de operações no Brasil, explicou ao UOL que tem o desejo de uma comunidade antenada e apaixonada, por meio das funcionalidades da plataforma, como a “#Paris2024”. Ela também cita a parceria do TikTok com o site Olimpíada Todo Dia, que abrange diversas confederações brasileiras para informar ao público informações sobre as modalidades, além de vídeos de bastidores e entrevistas exclusivas, considerando um diferencial positivo. A diretora também destaca a audiência democrática do aplicativo ao dizer que o mais importante é a história que o usuário tem para contar e não a popularidade dele. 

“Não vemos distinção entre pequenos, médios e grandes criadores e acredito que esse é um dos grandes diferenciais do TikTok. Qualquer conteúdo pode viralizar, encontrar sua comunidade, independentemente da quantidade de seguidores que um usuário tem, de acordo com sua relevância e aderência aos gostos da nossa comunidade”, ressalta Maíra.

Vídeo: Reprodução/TikTok

Assim como as atletas americanas da ginástica, o Brasil também tem seus representantes viralizando na famosa rede social. A “fadinha do skate”, Rayssa Leal, que já conta com mais de 5,8 milhões de seguidores, postou vídeos sobre seu tempo na França, comemorando sua medalha e participou da trend GRYM (“get ready with me” ou “arrume-se comigo”, em português). A dona da medalha de bronze do skate feminino, que também viralizou com as famosas danças da rede social, alcançou mais de 11 milhões de visualizações em cada vídeo desde o início dos Jogos Olímpicos.

https://www.tiktok.com/@jrayssaleal/video/7395621849733893381?_r=1&_t=8oY7wpMrrSI

Do skate para a ginástica de trampolim, Rayan Castro é mais um atleta muito presente na rede social. Com mais de 740 mil seguidores, o ginasta fez uma série de vlogs narrados e vídeos engraçados para mostrar sua estadia na França e dentro da Vila Olímpica, além de mostrar seus treinos e até realizar “unboxing” de celular. Em um esporte de pouca tradição e nomes desconhecidos no Brasil, a exposição de Rayan e seus treinos faz com que, nas Olimpíadas, o interesse cresça.

Já mais popular, Gabriel Medina é mais um atleta olímpico ativo no TikTok. Ultrapassando a barreira de 2,1 milhões de seguidores, o surfista grava suas dancinhas, faz colaborações com influenciadoras e mostra suas ondas com “edits”. A lista de atletas no aplicativo é longa e ainda conta com: Ygor Coelho, do badmínton, Beatriz Ferreira e Keno Marley, do boxe, Hugo Calderano, do tênis de mesa, entre tantos outros, mostrando treino e cortes de disputas, na busca do engajamento pessoal e de todo o esporte.

Na busca de acrescentar esportes na cultura brasileira, diversos atletas criam conteúdos variados para acontecer. Com a possibilidade da mídia pelas redes sociais e não apenas focados nos veículos tradicionais, fica a esperança da nação brasileira conhecer cada vez mais os esportes e os atletas que honram a bandeira verde e amarela.