Por Analu Giraldi, para Cobertura Colaborativa #NECParis2024

A prática de esportes adaptados foi registrada pela primeira vez na Alemanha, em 1918, por ex-soldados feridos na guerra. Anos depois, em 1944, o basquete em cadeira de rodas foi praticado pela primeira vez na Inglaterra, no Hospital de Stoke Mandeville. No hospital, o esporte se tornou uma parte importante da reabilitação física, psicológica e social dos pacientes.

Nos Estados Unidos, essa adaptação também ocorreu em um hospital de reabilitação, onde pessoas se uniram para jogar. Desde então, o basquete em cadeira de rodas esteve presente em todas as edições dos Jogos Paralímpicos e é atualmente praticado em mais de 108 países ao redor do mundo.

Embora o objetivo principal seja o mesmo do basquete olímpico — fazer cestas — existem algumas diferenças entre as modalidades. No Brasil, o basquete em cadeira de rodas foi o primeiro esporte paralímpico a ser praticado.

Ele foi introduzido em 1958 por Sérgio Del Grande e Robson Sampaio, que trouxeram a modalidade ao Brasil após passarem por tratamento médico nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. Na sequência, foram fundados o Clube do Otimismo, no Rio de Janeiro, e o Clube dos Paraplégicos, em São Paulo, para aqueles que quisessem praticar o esporte.

Um breve resumo

A quantidade de jogadores por time, a altura da cesta e as dimensões da quadra são as mesmas do basquete olímpico. No entanto, as regras específicas do basquete em cadeira de rodas são definidas pela Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas (IWBF).

As partidas são divididas em quatro períodos de 10 minutos cada, e os atletas são classificados conforme a funcionalidade física-motora, em uma escala de 1 a 4,5. Para facilitar essa classificação, foram criadas classes intermediárias: 1,5; 2,5 e 3,5. A soma dessas pontuações por equipe não pode ultrapassar 14 pontos. Caso ultrapasse, o técnico da equipe recebe uma falta técnica por exceder a pontuação da classificação funcional.

É obrigatório o uso de cadeiras de rodas padronizadas, que devem obedecer aos regulamentos quanto ao diâmetro máximo dos pneus e à altura máxima do assento e do apoio para os pés em relação ao chão. Se o jogador optar por usar uma almofada no assento, ela não deve exceder 10 cm de espessura, exceto para as classes 3.5, 4.0 e 4.5, onde a espessura máxima é de 5 cm.

O árbitro verifica todos esses detalhes antes da partida. Além disso, os atletas podem usar faixas para prender as pernas ou se fixar na cadeira.

Durante o jogo, após duas impulsões nas rodas da cadeira, o jogador deve arremessar, quicar ou passar a bola. Uma vez iniciado o drible, ele pode repeti-lo quantas vezes quiser, mas a sequência é limitada a oito segundos para sair da quadra de defesa ou a 24 segundos, tempo que a equipe tem de posse de bola para atacar.

Esperança no futuro

No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Basquete em Cadeiras de Rodas (CBBC), que organiza diversos campeonatos no país. No cenário internacional, as principais competições organizadas pela International Wheelchair Basketball Federation (IWBF) incluem campeonatos mundiais, torneios continentais, Parapan-Americano, Sul-Americano, eventos promocionais, torneios de exibição e os Jogos Paralímpicos.

O basquete em cadeira de rodas já esteve presente em todas as edições dos Jogos Paralímpicos. Embora o Brasil ainda não tenha conquistado medalhas nessa modalidade e também não está em Paris 2024 competindo, o esporte está crescendo no país. Visto que diversos campeonatos estão sendo realizados ao redor do Brasil, como, por exemplo, o Campeonato Brasileiro Feminino e Masculino. Há esperança de que a seleção brasileira conquiste medalhas no futuro, tanto no feminino, que ganhou bronze nos Jogos Pan-Americanos de 2019, quanto no masculino.