O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu a presidência temporária do Mercosul na terça-feira (4), com uma agenda externa ambiciosa para o bloco sul-americano. Durante a 62ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, realizada em Puerto Iguazú, Argentina, Lula destacou a ampliação de mercados para a exportação de produtos locais como uma das prioridades.

Lula reafirmou que considera positivo o acordo de livre comércio do Mercosul com a União Europeia (UE), destacando a necessidade de um tratado equilibrado que permita a adoção de políticas públicas em prol da integração produtiva e da reindustrialização. Ele também defendeu alterações nos pontos do acordo sobre compras governamentais, visando evitar prejuízos às pequenas e médias empresas brasileiras.

Além disso, o presidente anunciou o desejo de avançar nas negociações com Canadá, Coreia do Sul e Singapura, e explorar novas frentes de negociação com parceiros como China, Indonésia, Vietnã e países da América Central e Caribe. Lula enfatizou a importância de combater o ressurgimento do protecionismo no mundo e resgatar o protagonismo do Mercosul na Organização Mundial do Comércio (OMC).

A presidência do Brasil no Mercosul, que vai até o fim de 2023, tem como prioridades aprimorar a Tarifa Externa Comum, evitar barreiras não tarifárias que comprometam o comércio e fortalecer a agenda cidadã, a transparência e a participação social. Lula também propôs a adoção de uma moeda de referência específica para o comércio regional, sem eliminar as moedas nacionais.