A eterna luta das jogadoras de futebol feminino contra o preconceito
A Copa 2023 conta com mudanças positivas para a modalidade, que sofre, constantemente, com o preconceito
A Copa 2023 conta com mudanças positivas para a modalidade, que sofre, constantemente, com o preconceito
Por Gabriela Nascimento
A Copa do Mundo de Futebol Feminino está em sua nona edição. E, desta vez, conta com algumas mudanças que são positivas para a modalidade, que sofre, constantemente, com a desigualdade de gênero e com comentários de cunho preconceituoso.
Uma das alterações foi o aumento do número de seleções participantes, que passou de 24 para 32. Ademais, outro avanço foi alcançado por meio do uso de novas tecnologias, com o intuito de proporcionar mais assertividade nos resultados dos jogos. Outra mudança, que chegou para fortalecer ainda mais a modalidade, foi a entrada de seleções estreantes na Copa do Mundo Feminina, como o Haiti, Marrocos, Panamá, Filipinas, Portugal, República da Irlanda, Vietnã e Zâmbia.
Mesmo com os avanços, ainda assim, é evidente a falta de investimentos necessários. As jogadoras, ainda, enfrentam preconceito dentro e fora do gramado e, apesar disso, têm mostrado o seu amor pela profissão. Um bom exemplo é a seleção da Jamaica, que sem o apoio integral de sua federação, realizou uma vaquinha online para financiar a sua participação na Copa do Mundo Feminina.
As jogadoras também enfrentam ataques, em tempo integral, nas redes sociais. Os comentários são feitos durante as coberturas e nas publicações realizadas por veículos de comunicação. A diretora de marketing da Visa do Brasil, Mariana Dinis, fala sobre os comentários negativos sofridos pela modalidade.
“Existem comentários preconceituosos e vimos isso quando lançamos a campanha. Os haters vão existir, mas não podemos nos intimidar com esse tipo de comentário. Como marca global, temos a obrigação de promover essa mudança de mentalidade.”
A Visa, que é uma das patrocinadoras oficiais da Copa do Mundo Feminina de Futebol, com objetivo de fortalecer a modalidade, lançou a campanha #EscolhaJogarComElas, cujo intuito era incentivar e convidar a população brasileira a assistir e a acompanhar a seleção durante a Copa.
Outro episódio de preconceito aconteceu durante a cobertura dos jogos da Copa Feminina. O Canal CazéTV, que estava cobrindo a abertura da competição, recebeu uma série de comentários preconceituosos e sexistas e teve que desativar os comentários. No chat, apareciam diversos comentários sobre aparência das atletas e, também, de conotação preconceituosa, como “Vai lavar louça”.
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“Percebemos que algumas pessoas estavam aproveitando a oportunidade de visibilidade para destilar preconceitos inaceitáveis dentro dos valores da CazéTV e de qualquer sociedade”, disse a CazéTV, em nota.
Por décadas, as mulheres foram impedidas, por lei, de jogar futebol. O preconceito contra elas, nesse esporte, é algo histórico. A modalidade feminina sempre sofreu com restrições, desigualdades e, inclusive, com comentários xenofóbicos sobre a aparência ou a cultura das jogadoras de outros países.
Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube