A Escócia se torna o primeiro país a voltar a ensinar questões LGBTI nas escolas
O vice-primeiro-ministro escocês John Swinney disse na quinta-feira que as escolas estaduais da Escócia serão obrigadas a educar os alunos sobre questões LGBTs.
Escócia está prestes a se tornar o primeiro país do mundo a incluir as questões LGBTI nos currículos escolares, depois que o governo aceitou na íntegra as recomendações feitas por um importante grupo de campanha.
O vice-primeiro-ministro escocês John Swinney disse na quinta-feira que as escolas públicas da Escócia serão obrigadas a educar os alunos sobre questões lésbicas, gays, bissexuais, intersexuais e transsexuais, incluindo história LGBTI, terminologia e identidades, e formas de combater a homofobia e o preconceito.
Outras recomendações incluem o fornecimento de programas gratuitos de treinamento para professores e a oferta de novos materiais de ensino para lidar com questões LGBTI.
“Nosso sistema de educação deve apoiar todos para alcançar seu pleno potencial”, disse Swinney. “É por isso que é vital que o currículo seja tão diverso quanto os jovens que aprendem em nossas escolas.
“As recomendações que aceitei não só melhorarão a experiência de aprendizagem dos nossos jovens LGBTI, como também apoiarão todos os alunos para celebrar as suas diferenças, promover a compreensão e encorajar a inclusão.”
A decisão do governo escocês vem depois que o grupo de trabalho de Educação Inclusiva LGBTI – liderado pela campanha Time for Inclusive Education (TIE) – publicou um relatório delineando 33 recomendações sobre como lidar com o bullying LGBTI nas escolas.
O co-fundador da TIE, Jordan Daly, descreveu a decisão do governo escocês de adotar essas recomendações como uma “vitória monumental”.
Ele acrescentou que o “legado destrutivo” da seção 28 – legislação que impedia as autoridades locais de “promover” a homossexualidade, até que ela fosse revogada em 2001 – finalmente terminou.
“A implementação da educação inclusiva LGBTI em todas as escolas públicas é a primeira do mundo, e em um momento de incerteza global, isso envia uma mensagem forte e clara para os jovens LGBTI de que eles são valorizados aqui na Escócia”, disse Daly.
Um estudo conduzido pela TIE descobriu que nove entre 10 estudantes LGBTI na Escócia experimentam homofobia e bullying na escola.
Estes resultados foram ecoados por um relatório escolar da Stonewall Scotland de 2017, que descobriu que 63% dos jovens na Escócia sofrem insultos homofóbicos “regularmente” ou “muitas vezes”, em comparação com 50% no resto do Reino Unido.
A Escócia, no entanto, tem sido regularmente classificada como um dos principais países da Europa em direitos legais LGBTI, com a associação de direitos humanos ILGA-Europa revelando que a Escócia se classifica regularmente acima da Inglaterra e da Irlanda do Norte.
Em um tweet, a primeira-ministra escocesa Nicola Sturgeon expressou a esperança de que a medida levaria a um sistema educacional mais inclusivo.
Well done to the @tiecampaign and others who worked so hard to achieve this outcome and ensure that LGBTI inclusive education will become a reality. https://t.co/Q8fIHL1B7G
— Nicola Sturgeon (@NicolaSturgeon) November 8, 2018
“Muito bem para a @tiecampaigne e outros que trabalharam muito duro para conquistar esse resultado e garantir que a educação LGBT inclusiva irá se tornar realidade.”
Embora ainda não haja um cronograma oficial para a introdução das mudanças no currículo, Swinney disse no Parlamento escocês na quinta-feira que o governo estava empenhado em garantir que eles acontecessem “o mais rápido possível”.